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Sidrolandia

Técnicas pouco invasivas para tratar câncer chegam ao SUS

Alternativa permite que pacientes recebam anestesia local e fiquem internados por menos tempo

Estadão

16 de Setembro de 2010 - 16:08

Para a maioria dos pacientes diagnosticados com câncer, as cirurgias são inevitáveis.

Agora, imagine se, em vez de passar por um procedimento grande e complexo para tratar tumores de pequenas proporções, fosse possível realizar uma técnica minimamente invasiva, como uma punção.

A novidade é que isso já é possível. Implantado no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), ligado à Secretaria de Estado da Saúde e à Faculdade de Medicina da USP, o novo Ambulatório de Intervenção Guiada por Imagem é uma realidade para pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde) de São Paulo.

A alternativa permite que as pessoas permaneçam internadas por menos tempo, recebam anestesia local em vez da geral e retomem rapidamente as atividades rotineiras, além de obter os mesmos benefícios terapêuticos apresentados pela cirurgia convencional.

Pioneiro na rede pública de saúde do País, o setor já realizou, em três meses de funcionamento, mais de 380 procedimentos por imagem, como biópsias percutâneas, paracenteses, pleurocenteses, drenagens de coleções abdominais, pélvicas e torácicas, bloqueios nervosos, neurólises de plexos (controle de dor) e tratamentos ablativos de tumores.

Do total de pacientes que passaram pelo ambulatório, 62% eram mulheres - das quais 41% tinham câncer de mama.

Além disso, a maioria dos pacientes (49%) tinha idade entre 51 e 69 anos; 31% tinham menos de 51 anos e 18%, mais de 70.

Segundo o coordenador da área de radiologia do Icesp, Marcos Menezes, as técnicas dispensam o uso de salas cirúrgicas.

"Além disso, na maioria das vezes, esse tipo de tratamento não requer internações prolongadas nem anestesias profundas, permite que o paciente retome a rotina em poucos dias e reduz a dor relacionada ao tumor, ampliando, portanto, a qualidade de vida", explica.

O uso desse tipo de procedimento é algo novo em todo o mundo. No Brasil, ele vem sendo utilizado nos últimos cinco anos.

Além de oferecer a técnica como uma alternativa terapêutica aos pacientes do SUS, o Icesp tem investido na formação dos profissionais que atuarão na área.

Anualmente, são aceitos médicos residentes no programa de pós-graduação de Intervenção Guiada por Imagem.