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Sidrolândia

Câmara aprova requerimento pela interdição da Escola Monteiro Lobato no Capão Bonito II

A partir da denúncia do pai de um aluno, uma comissão de vereadores chegou de surpresa na escola.

Flávio Paes/Região News

20 de Fevereiro de 2019 - 10:50

A Câmara Municipal de Sidrolândia aprovou na sessão de ontem requerimento com a proposta de interdição imediata da Escola Municipal Monteiro Lobato, no Assentamento Capão Bonito 2. As aulas seriam suspensas até que sejam feitos reparos imediatos, principalmente nas instalações elétricas e sanitárias do estabelecimento de ensino. O prefeito Marcelo Ascoli tem 30 dias para responder a proposição do Legislativo, iniciativa dos vereadores Vilma Felini e Valdecir Carnevalli, do PSDB.

A partir da denúncia do pai de um aluno, uma comissão de vereadores chegou de surpresa na escola e encontrou lá um cenário, descrito pela vereadora Vilma, “como de tragédia iminente, com risco de incêndio”. Há uma série de gambiarras na parte elétrica, tomadas e interruptores para funcionamento dos ventiladores com fiação exposta ao alcance dos alunos. O ventilador de uma sala de aula entrou em curto, pegou fogo e caiu, mas felizmente, não feriu ninguém, porque no momento do acidente, não havia ninguém na sala.

Câmara aprova requerimento pela interdição da Escola Monteiro Lobato no Capão Bonito II

Conforme relato de funcionários, desde o ano passado as instalações têm apresentado problemas, em consequência, seguidamente as lâmpadas queimavam e muitas foram repostas pelos próprios funcionários que fizeram uma “vaquinha” para garantir a troca. Numa das salas a lâmpada fica oscilando o tempo todo e com isto, de acordo com a vereadora Vilma, as aulas são ministradas numa penumbra, pois a sala fica sob um pé de manga que sombreia todo o ambiente. Há mais de um ano o vereador Ganso solicitou a remoção da árvore (porque há risco de cair sobre a construção) mas até agora não foi atendido.

A bomba do poço estragou e nos últimos dois dias as aulas foram suspensas no período da tarde, por falta d’água. Os banheiros estão sem portas e os sanitários quebrados.

Além destes problemas na estrutura do prédio, a vereadora Vilma apontou a existência de salas multisseriadas (com alunos de séries diferentes num mesmo espaço) e turmas com 34 alunos, incluindo crianças especiais, sem um monitor. Enquanto a comissão vistoriava as salas, um aluno do 1º ano, ainda não alfabetizado, chorava porque não conseguia acompanhar o conteúdo ministrado aos colegas mais adiantados.

Votação

Durante a votação do requerimento, a secretaria de Educação, Alice Rosa Gomes, ligou para o vereador Cledinaldo Cotócio e pediu para a proposta ser retirada de pauta porque em 60 dias resolveria todos os problemas no prédio da escola. A vereadora Vilma não concordou e o requerimento foi à deliberação do plenário, acabou aprovado, com 6 votos contrários dos vereadores da base do prefeito.

O presidente da Câmara, Carlos Henrique, diz que o objetivo dos vereadores não é politizar a questão, mas preservar a segurança das crianças. “Não podemos correr o risco, diante de uma tragédia, pecar por omissão”.

*Matéria atualizada às 14h30 para correção e acréscimo de informações.