Sidrolandia
CQC divulga nota sobre agressão de Nelson Trad
Redação de noticia
18 de Junho de 2010 - 10:52
O jornalista Ricardo Noblat divulgou nesta tarde uma nota oficial do Custe o Que Custar (CQC), confirmada pelo apresentador do programa da Rede Bandeirantes, Marcelo Tas, no Twitter, sobre a agressão do deputado federal Nelson Trad (PMDB/MS), na semana passada, e exibida no humorístico na última segunda-feira.
O assunto repercutiu na imprensa e na Câmara dos Deputados. O primeiro vice-presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), chegou a anunciar que vai analisar medidas contra o quadro do programa humorístico, que exibiu deputados assinando uma hipotética proposta de emenda à Constituição (PEC) para incluir a cachaça na cesta básica do brasileiro.
O petista gaúcho solicitará uma análise da assessoria jurídica da Casa para garantir dois princípios: o da liberdade de imprensa e o direito do cidadão de autorizar, ou não, o uso de sua imagem por programas de TV.
A resposta de Maia veio após diversos deputados questionarem o quadro do programa da Bandeirantes. Entre eles, o peemedebista Nelson Trad (MS), que chegou a agredir a integrante da equipe do CQC, Mônica Iozzi.
Confira a nota na íntegra, divulgada nesta tarde no blog do jornalista Ricardo Noblat:
Nota do CQC, programa da Rede Bandeirantes de Televisão
"Todos os dias, no Congresso Nacional, um grupo de rapazes e moças coleta assinaturas de deputados e senadores para projetos de leis e emendas constitucionais. Sem ao menos ler, a maior parte deles assina os documentos.
O trabalho desses coletores é informal e, em alguns casos, lhes garantem uma renda de cerca de R$ 7 mil. O dinheiro é pago pelo parlamentar interessado em conseguir que sua proposta seja discutida no Congresso.
Na quarta-feira da semana passada, o CQC produziu uma reportagem para mostrar a banalização na apresentação de novas leis.
Durante dois dias, uma equipe do programa coletou a assinatura de 11 deputados para uma emenda constitucional fictícia que incluía a cachaça entre os itens da cesta básica.
Em seguida, os parlamentares eram abordados pela repórter Mônica Iozzi, do CQC, que pedia uma explicação para a assinatura.
A maior parte dos deputados admitiu que não tinha lido o que assinara. Um deles, entretanto, perdeu a cabeça e partiu para cima da equipe do semanário de notícias.
Com um ataque intempestivo e desproporcional, o deputado Nelson Trad (PMDB-MS) tentou quebrar a câmera e ainda deu tapas no cinegrafista e no produtor do CQC.
Em sua defesa, alegou ter sido agredido pela equipe do programa. Alega ainda que foi vítima de uma edição mal intencionada.
O que disse Nelson Trad à imprensa:
"Eu vi a entrevista que ela fez com um colega parlamentar e recusei. Cinco deputados já haviam sido abordados. A repórter me disse O senhor assinou um projeto incluindo cachaça no bolsa família. isso é coisa de moleque, respondi.
Eu já estava puto e segurei o microfone dela, e ela puxou. Rasgou minha mão e segui com a mão cheia de sangue
"Avancei no cinegrafista e arrebentei o peito dele."
O único fato relatado por Nelson Trad que confere com a realidade é a afirmação de que arrebentou o peito do cinegrafista. Se ele machucou a mão foi por conta dos tapas desferidos contra a câmera na tentativa de quebrá-la.
Em momento algum Mônica Iozzi ou qualquer integrante do CQC revidou os ataques do deputado.
Tampouco foram indelicados ou desrespeitosos com o parlamentar.
A palavra de Nelson Trad está em jogo. A reputação do CQC também.
Na próxima segunda-feira, às 22h15, na Bandeirantes, tais dúvidas poderão ser desfeitas, quando veicularemos a cena na íntegra, sem cortes!
O CQC reafirma respeito pelas instituições democráticas e pela Câmara dos Deputados. Também reafirma a sua luta constante pela transparência na política e pela liberdade de imprensa irrestrita na Casa do Povo."