Sidrolandia
Uruguaios definem redução da idade penal para 16 anos
O abaixo-assinado a favor da redução superou em mais de 100.000 assinaturas, sendo que eram necessárias, para a realização do plebiscito, 250.000
Band
22 de Outubro de 2014 - 07:25
No Uruguai, o país mais seguro da América Latina, a população vai se pronunciar no domingo, junto com as eleições nacionais, se apoia um projeto de redução da idade penal para 16 anos em caso de crimes graves.
Um problema do governo do esquerdista José Mujica, o clamor por mais segurança levou a uma campanha que tem como principal apoio o candidato à Presidência pelo Partido Colorado, Pedro Bordaberry. O abaixo-assinado a favor da redução superou em mais de 100.000 assinaturas, sendo que eram necessárias, para a realização do plebiscito, 250.000.
"A
reforma que é votada com 'sim' estabelece, em primeiro lugar, que a lei penal
proteja as vítimas do crime e os cidadãos honestos", disse Bordaberry
durante um ato na reta final de uma campanha. Ele ocupa o terceiro lugar nas
preferências dos eleitores, com 15% das intenções de voto, de acordo com
pesquisas.
O ex-presidente Tabaré Vázquez (2005-2010), primeiro presidente de esquerda da
história do país, lidera as pesquisas seguido por Luis Lacalle Pou, do Partido
Nacional (PN). Bordaberry está praticamente sozinho contra a esquerda e dezenas
de organizações sociais e organismos internacionais, como o Unicef.
Fabiana Goyeneche, porta-voz do movimento contrário à redução, disse à AFP que
estudos nacionais e internacionais mostram que não se reduz o índice de
criminalidade baixando a idade penal. Pelo contrário: Pode ser pior para a
segurança, já que os adolescentes que são presos com frequência saem mais violentos",
acrescentou. A proposta busca reduzir de 18 para 16 anos a idade penal em caso
de homicídios, lesões graves, roubo, extorsão, sequestro e estupro, entre
outros crimes.
Segundo o Global Peace Index 2014, que, desde 2007, classifica 162 países, o Uruguai
é o país mais seguro da América Latina, uma posição à frente do Chile e 28
lugares atrás do país mais seguro do mundo, a Islândia. No entanto, para muitos
uruguaios a sensação crescente de insegurança é um tema que causa transtornos
para a esquerda desde a sua chegada ao poder, há quase 10 anos.
O Uruguai, país com 3,3 milhões de habitantes, no primeiro semestre de 2014 registrou 138 homicídios, nove deles cometidos por adolescentes, de acordo com o Observatório Nacional sobre Violência e Criminalidade. O número é igual ao do mesmo período do ano passado, mas, nesse caso, 12 foram cometidos por menores de idade.