Líder foi assassinado e quadrilha mandava 2t de maconha por mês para outros Estados

Um dos líderes da quadrilha desarticulada durante a Operação Dublê, desencadeada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) na manhã desta quinta-feira (27) em várias cidades do Mato Grosso do Sul – entre elas Dourados – e outros dois Estados, foi assassinado durante as investigações, segundo o MPE (Ministério Público Estadual).

O nome dele não foi divulgado oficialmente e segundo o órgão, se tratava de um goiano estabelecido em Coronel Sapucaia, na fronteira com o Paraguai e que remetia mensalmente, mais de duas toneladas de maconha por mês para Goiás e São Paulo. O transporte do entorpecente era feito por carros de luxo, que eram descarregados em Dourados e seguiam para a fronteira para serem preparados e retornarem com cargas de maconha.

Após sua morte, as funções de chefia passaram para seu sobrinho e sua mãe, também goianos.

Conforme relato do MPE, para a execução do crime, após a morte do rapaz, o grupo se associou a um foragido da Justiça que, além de fornecer o entorpecente também coordena um núcleo de pessoas a seu serviço para a execução de roubos de caminhonetes e veículos de luxo que são utilizados no tráfico de drogas.

Parte desses veículos chegava a Dourados em caminhões articulados do tipo cegonha e seguiam para Coronel Sapucaia onde eram carregados com maconha e retornavam para levarem drogas para os Estados de São Paulo e Goiás.

Ainda conforme o órgão, em São Paulo, os membros da organização criminosa negociavam com integrantes de uma facção criminosa para os quais fornecem drogas, recebendo veículos de origem ilícita como parte do pagamento.

Durante as investigações foram acompanhadas as prisões em flagrante de 20 pessoas, apreensão de 14 veículos, dentre eles, oito dublês, além de 8.141 kg de maconha.

OPERAÇÃO DUBLÊ

Na manhã desta quinta-feira (27), operação conjunta dos Gaecos (Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) dos Estados de Mato Grosso do Sul, São Paulo e Goiás, com o apoio do DOF (Departamento de Operações de Fronteiras) e das Polícias Militares de São Paulo e Goiás, denominada Operação Dublê, foi deflagrada para o cumprimento de 21 mandados de prisão preventiva (três em Dourados, um em Jateí, um em Caarapó, dois em Amambai, seis em Coronel Sapucaia, dois em Goiânia/GO, um em Aparecida de Goiânia/GO, dois em São Paulo/SP e um em Barrinha/SP).

Houve também 15 mandados de busca e apreensão (três em Dourados, um em Caarapó, dois em Coronel Sapucaia, um em Campo Grande, cinco em Goiânia/GO, dois em São Paulo/SP e um em Barrinha/SP), nove mandados de sequestro de veículos (quatro em Coronel Sapucaia, três em Dourados, um em Caarapó, um em Goiânia/GO) e um mandado de sequestro de imóvel em Coronel Sapucaia, expedidos pelo Juiz de Direito da 1ª Vara Criminal de Dourados.

A operação aconteceu após oito meses de investigações voltadas a apurar crimes de tráfico de drogas perpetrados por organização criminosa atuante na região de Dourados e no município fronteiriço de Coronel Sapucaia, de onde são encaminhados os entorpecentes com a utilização de veículos de origem ilícita.

A organização criminosa desmantelada utilizava-se de veículos de origem ilícita (produtos de roubo, furto e/ou estelionato, que tinham seus sinais identificadores adulterados, dentre eles, as placas, chassis e marcação de vidros), conhecidos como “Dublês” para o transporte de drogas entre os Estados da Federação.