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Policial

Alagoas é o estado com maior índice de assassinatos de adolescentes

Entre as regiões, a Região Nordeste lidera o ranking com 5,95 e um número esperado de assassinatos de adolescentes entre 2013 e 2019 de 16.180

G1

28 de Janeiro de 2015 - 10:44

Alagoas é o estado brasileiro com maior índice de assassinato de adolescentes, segundo a 5ª edição do Índice de Homicídios na Adolescência (IHA), divulgado em coletiva de imprensa no Rio nesta quarta-feira (28). De acordo com o levantamento, o IHA do Alagoas é de 8,82 assassinatos para cada mil adolescentes, seguido por Bahia (8,59) e Ceará (7,74). Os números são relativos a 2012.

O IHA estima o risco de adolescentes de 12 anos a 19 anos serem assassinados antes de completarem seu 19º aniversário nos municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes. Entre as capitais, o ranking é liderado por Fortaleza, com 9,92, seguida por Maceió (9,37), Salvador (8,32) e João Pessoa (6,49).

Entre as regiões, a Região Nordeste lidera o ranking com 5,95 e um número esperado de assassinatos de adolescentes entre 2013 e 2019 de 16.180. Em seguida, vêm a Região Centro-Oeste, com IHA de 3,74 e 3.373 homicídios esperados; Região Norte, com 3,52 e 3.908 e a Região Sudeste, que embora tenha um índice de 2,25, espera 14.323 assassinatos de adolescentes.

Em suas conclusões, o estudo aponta um crescimento no número de homicídios de adolescentes de 12 a 18 anos de idade no Brasil e apresenta um ranking das cidades brasileiras com mais de 200 mil habitantes onde este índice se encontra mais elevado.

O levantamento foi preparado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Observatório de Favelas e Laboratório de Análise da Violência da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (LAV-UERJ).

No Brasil estima-se que 42 mil adolescentes morrerão assassinados nos municípios com mais de 100 mil habitantes. "O IHA de 2005 fez uma estimativa muito aproximada para 2012. A estimativa era de 35 mil homicídios e o número chegou a cerca de 33 mil. Este tipo de estimativa a gente faz torcendo para errar. A notícia ruim foi que 2012 foi o pior ano dos últimos tempos. Fazendo a comparação por sexo, é 12 vezes mais provável que um menino seja assassinado que uma menina. É três vezes mais provável um negro ser assassinado que um menino branco", ressaltou o professor da UERJ, Ignacio Cano.

Grupo de trabalho
A ministra Ideli Salvatti anunciou a criação de um grupo de trabalho interministerial que será responsável por elaborar o Plano Nacional de Enfrentamento à Violência Letal de Crianças e Adolescentes. O objetivo, segundo a ministra, é definir estratégias e políticas públicas para reduzir a incidência de homicídios entre a população jovem do Brasil.

"Se nada for feito, nós teremos as 42 mil mortes. A proposta do pacto é uma urgência. É uma ação do governo federal na construção de um plano nacional para prevenir as mortes de adolescentes e acabar com esse ciclo de violência", afirmou a ministra, destacando que é fundamental a integração dos poderes Judiciário, Legislativo e Executivo para a realização desse plano. Ainda segundo Salvatti, a PEC vai ser encaminhada ao Congresso Nacional ainda no primeiro semestre deste ano.