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Sidrolandia

Clima de revolta com caos na saúde no sepultamento de serralheiro na tarde desta segunda-feira

De acordo com Rafael, o tio ficou muito tempo na UPA, sem receber o tratamento ideal, o que o deixou mais debilitado

Flávio Paes/Região News

23 de Maio de 2016 - 18:14

Foi sepultado na tarde desta segunda-feira no Cemitério São Sebastião, o serralheiro Fernando Brites, 57 anos, que morreu após ficar 24 dias entre a vida e a morte internado na Capital, 11 deles na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Coronel Antonino, mesmo a família tendo obtido liminar na Justiça que determinava sua transferência para um hospital.

“Nada vai trazê-lo. Mas o que revolta a todos é que talvez ainda tivesse vivo, se o Estado não tivesse uma situação caótica da saúde pública”, desabafa Rafael Brites, sobrinho de Fernando. A família espera o atestado de óbito para saber exatamente qual foi à causa mortis do serralheiro. Ele morreu domingo à noite no Hospital Regional, após sofrer três paradas cardíacas. Esta descartada a hipótese que tenha morrido de H1N1.

Rafael relata que no sábado, quando fez a última visita ao tio internado, recebeu a informação de que o Fernando tinha fibrose pulmonar, uma doença que provoca a cicatrização do pulmão, dificultando seu funcionamento.

Para piorar, conforme Rafael, apareceu uma infecção no órgão. “O médico disse que não pôde fazer o exame para identificar o tipo de infecção devido à demora do paciente em chegar ao hospital. Com isso, o rim foi atingido e poderia chegar ao coração”, comentou o sobrinho.

De acordo com Rafael, o tio ficou muito tempo na UPA, sem receber o tratamento ideal, o que o deixou mais debilitado. “Ele não respirava mais sem a ajuda de aparelho e quando chegou ao hospital foi direto para a área vermelha, depois para o CTI (Centro de Tratamento Intensivo)”. Em seguida os rins do serralheiro pararam de funcionar devido à infecção, obrigando-o a fazer hemodiálise.