Sidrolandia
Burocracia trava liberação de R$ 574 milhões em recursos do FCO para crédito
Os representantes do setor produtivo reclamam do excesso de burocracia para liberação dos recursos.
Flávio Paes/Região News
02 de Dezembro de 2016 - 09:57
A menos de um mês de encerrar 2016, o Banco do Brasil ainda tem disponíveis R$ 574 milhões do Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO) para operações de crédito destinadas ao setor produtivo sul-mato-grossense. Se até dia 31 estes recursos não forem utilizados, o dinheiro em 2017 será redistribuídos entre os estados da região, só havendo devolução de 23% (R$ 132 milhões) para alimentar as linhas de crédito em Mato Grosso do Sul.
Pelas projeções do superintendente regional do Banco do Brasil, Gláucio Zanettin Fernandes, a instituição projeta usar entre R$ 200 e R$ 250 milhões, com projetos já aprovados pela instituição. Só nesses últimos dias a gente já conseguiu aumentar o ritmo em pelo menos 20, 30% em relação ao que era ano passado através de um esforço coletivo, para continuarmos fomentando o desenvolvimento de Mato Grosso do Sul, justificou.
Os representantes do setor produtivo reclamam do excesso de burocracia para liberação dos recursos. Entendemos que a crise traz preocupações com investimentos, mas há também um excesso de burocracia do FCO. Nós precisamos criar regras mais fáceis, mais claras, para que os empresários consigam utilizar esses recursos e haja, de fato, celeridade na aprovação e liberação dos recursos para execução dos mesmos, avalia o presidente da Federação das Indústrias, Sérgio Longen.
O presidente da Famasul, Maurício Saito, defende agilidade na liberação dos recursos. Existe uma necessidade muito grande de se estabelecer um ambiente para que o agronegócio possa gerar renda. O setor tem um nível de inadimplência que é quase zero, não ultrapassa o 1%, o que nos faz afirmar com segurança que o produtor rural é um bom tomador. Então com essa baixa inadimplência, e o desejo de empreender, acredito que esta é uma boa notícia para o setor, disse.
O presidente da Fecomércio-MS, Edison Araújo, expôs o impacto que a liberação de recursos movimenta o comércio como um todo. Foi exposto hoje que o setor de serviços, comércio e turismo corresponde a 87% da carteira de clientes do Banco do Brasil e, Mato Grosso do Sul, pela sua capacidade de desenvolvimento, isso acaba impactando no setor como um todo, na comercialização de maquinários, e prestação de serviços, pontuou.
Alfredo Zamlutti, presidente da Faems, também defendeu a redução da burocracia para aprovar os projetos do FCO, mas pediu que os interessados sejam mais zelosos ao elaborarem suas propostas. Essa notícia do superintendente do Banco do Brasil é muito boa, ficou claro que há dinheiro para Mato Grosso do Sul, mas não adianta trazer dinheiro se não tiver demanda. É preciso reduzir a burocracia, mas precisamos também de uma consultoria adequada, que faça projetos precisos, efetivos e bem elaborados, ou não serão aprovados, finalizou.