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Policial

Advogado, estudante de direito e comerciante são presos por pedofilia em MS

Em atendimento a mandado de busca, PF encontrou material pornográfico com estas pessoas. Uma delas compartilhava imagens quando os policiais chegaram.

G1

18 de Maio de 2017 - 16:11

Um advogado, um estudante de direito e um comerciante foram presos em flagrante nesta quinta-feira (18), em Campo Grande, em ação da Polícia Federal (PF) contra pedofilia. Contra eles havia mandado de busca e apreensão e os policiais encontraram imagens de pornografia infantil nos computadores.

De acordo com a PF, um dos investigados compartilhava imagens pornográficas no momento em que os policiais chegaram para fazer as buscas.

As prisões foram feitas no bairro Guanandi, Chácara Cachoeira e Vila Carvalho, após três meses de investigações. Ao todo, foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão, todos na capital sul-mato-grossense. Um deles foi na casa de um professor que trabalha com crianças e adolescente. No local, a polícia encontrou vasto material de imagens pornográficas, mas o professor não estava na casa.

Segundo o delegado Marcelo Alexandrino, não existe um perfil em comum entre os pedófilos.

"O crime de pedofilia não tem sexo, cor ou classe social. Pedófilo não tem perfil, pode ser seu vizinho, seu amigo. Na última operação, falei que ia bater na porta de quem tivesse compartilhando material pornográfico e que traria preso. Desse vez fomos em 10 casas e arrastamos três presos. Da próxima vez, espero aumentar ainda mais o número de prisões de quem estiver praticando esse crime", ressaltou.

Ele ainda reforçou o alerta para as famílias de que os crimes sexuais geralmente ocorrem em ambiente familiar.

"A grande prevenção é não confiar em ninguém, porque o pedófilo pode ser gente conhecida, um parente ou alguém de confiança. E, em casos de desconfiança, denuncie. Não é vergonha denunciar nem ser vítima", afirmou.

O delegado da PF Cléo Mazzotti ressaltou a importância da denúncia.

"É fundamental e a Polícia Federal tem dado importância às denúncias. Vários trabalhos nossos são oriundos de denúncias da sociedade. É importante que a sociedade confie nas instituições, temos ferramentas e aprimoramos para combater os crimes, mas precisamos das denúncias", finalizou Mazzotti.

Os presos ainda serão ouvidos pela PF e todo o material apreendido será encaminhado para perícia. A princípio, um deles confessou a prática de armazenamento de material pornográfico.

Operação nacional

A PF faz a ação antipedofilia em Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e mais 16 estados nesta quinta-feira (18), data instituída como Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. O objetivo é apreender material e objetos relacionados ao compartilhamento e a posse de imagens e vídeos de pornografia infantil.

Durante as investigações, a PF identificou diversos usuários que baixavam e compartilhavam arquivos com imagens e vídeos de cunho pornográfico infanto-juvenil. Os suspeitos utilizavam softwares para compartilhamento de arquivos com usuários de todo o mundo, e ainda Intagram. Twitter, Facebook e outros.

Para todo o país foram expedidos 93 mandados de busca e apreensão. A Justiça também autorizou duas prisões preventivas (por tempo indeterminado) e uma condução coercitiva, quando o suspeito é levado a depor.

Os investigados podem responder por posse e compartilhamento de arquivos de pornografia infantil, com penas previstas que variam de 1 a 6 anos de prisão.

Segundo a PF, a operação foi batizada em homenagem a Araceli Cabrera Sánchez Crespo, uma menina brasileira de 8 anos que foi sequestrada, violentada e assassinada em 18 de maio de 1973. Posteriormente, a data ficou instituída como o “Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes”.

As ações ocorrem no Acre, Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina e São Paulo.