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Policial

Quase 2 meses após crime, celular de réu pela morte de Mayara será periciado

No fim de setembro, uma mulher procurou a 3ª Delegacia de Polícia Civil, se identificou como funcionária do mesmo bar e entregou o aparelho que seria de Luís.

Campo Grande News

18 de Outubro de 2017 - 17:23

Em busca de novas provas sobre o assassinato da musicista Mayara Amaral, a delegada Gabriela Stainle, responsável pela investigação do caso, pediu à justiça a perícia do celular do autor confesso do crime, Luís Alberto Bastos Barbosa, de 29 anos. O aparelho estava desaparecido e chegou à polícia só no fim do mês passado, quando a funcionária de um bar procurou a polícia alegando ter encontrado o celular no local em que trabalha.

O pedido para a perícia do aparelho foi feito no dia 5 de outubro. No documento, a delegada da Defurv (Delegacia Especializada de Furtos e Roubos de Veículos) afirma que desde o primeiro depoimento, Luís alegou que havia perdido o celular em um bar de Campo Grande e por isso não tinha como entregá-lo à polícia.

No fim de setembro, uma mulher procurou a 3ª Delegacia de Polícia Civil, se identificou como funcionária do mesmo bar e entregou o aparelho que seria de Luís. Ela explicou que encontrou o celular e quando conseguiu ligá-lo reconheceu as fotos do proprietário como o assassino da musicista Mayara Amaral.

O delegado Paulo Henrique Sá registrou o caso e entregou o celular para a Defurv, que após confirmar a propriedade o aparelho pediu à justiça a realização da perícia considerando que entre as conversas, fotos e ligações, possa haver informações “relevantes e pertinentes” sobre o crime.

Enquanto isso, a defesa de Luís teve o pedido de incidente de insanidade metal e dependência toxicológica negado pelo juiz Wilson Leite Corrêa da 4ª Vara Criminal de Campo Grande. Na decisão o juiz levou em consideração a falta de provas e prontuários de que o réu já tivesse passado por tratamento e a clareza com que ele falou sobre o crime em depoimento.

Entenda - Mayara foi morta a golpes de martelo em um motel na madrugada do dia 25 de julho, e teve o corpo abandonado e carbonizado em uma estrada vicinal na região do Inferninho, na saída de Campo Grande para Rochedo.

Luís está preso desde o dia 27 de julho quando foi surpreendido por equipes da Polícia Civil, e preso em flagrante pela morte da musicista de 27 anos. Na data, outros dois suspeitos de participação foram presos também, Ronaldo da Silva Olmedo, de 30 anos e Anderson Sanches Pereira.

Após versões contraditórias, o suspeito acabou confessando que matou Mayara sozinho, durante uma discussão. Ele alegou ainda que estava sob efeito de drogas e teve um rompante de raiva. Por conta disso, e pelas faltas de provas, o Tribunal de Justiça livrou Anderson e Ronaldo das acusações de envolvimento no assassinato.

Apesar do clamor popular para que Luis Alberto fosse enquadrado por feminicídio, o Ministério Público manteve a tese de que o baterista matou para roubar e, inclusive, destacou que os bens de Mayara que estavam com o assassino confesso estão avaliados em R$ 17,3 mil - um notebook, um celular, um violão, uma guitarra, um aparelho amplificador e o VW Gol, modelo 1992. Luís responde por latrocínio.