Economia
Comércio foi responsável por novos postos de trabalho em agosto, aponta Dieese
O estudo mostra que todos os demais segmentos tiveram diminuição de postos de trabalho de julho a agosto. Apenas no comércio houve criação de 88 mil vagas.
Dourados Agora
27 de Setembro de 2012 - 10:44
O nível de emprego no mês de agosto foi sustentado exclusivamente pelos setores de comércio e reparação de veículos, aponta levantamento divulgado ontem (26) pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e pela Fundação Sistema Estaduais de Análise de Dados (Seade).
O estudo mostra que todos os demais segmentos tiveram diminuição de postos de trabalho de julho a agosto. Apenas no comércio houve criação de 88 mil vagas.
O setor de serviços - que costuma ter bom desempenho registrou queda de mil vagas.
A indústria de transformação, por sua vez, teve redução de 3 mil postos e a construção civil diminuiu em 58 mil o número de ocupados.
O segmento que mais se retraiu foi o da construção civil. O setor está em um momento de inflexão do mercado.
Muitos estímulos geram uma formação de estoque, analisou a economista Lúcia dos Santos Garcia, coordenadora da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED).
Ela avaliou ainda o cenário na indústria de transformação. Este setor vive um momento de impasse.
Ainda vamos observar a mudança de desempenho em função dos estímulos para o setor.
No entanto, ainda exerce grande peso o cenário internacional desfavorável. Existem condições gerais que ainda afligem o setor, explicou.
Em relação ao rendimento médio real dos ocupados (nas seis regiões metropolitanas pesquisadas e no Distrito Federal), houve crescimento de 0,5%, passando de R$ 1.509 para R$ 1.546.
Os acréscimos foram registrados no Recife com alta de 1,4%, passando para R$ 1.111; em São Paulo (1%, chegando a R$ 1.682) e em Salvador, 0,7% de crescimento, R$ 1.039.
As quedas ocorreram no Distrito Federal (-1,6%, R$ 2.166), em Fortaleza (-0,7%, R$ 995), em Porto Alegre (-0,3%, R$ 1.546) e em Belo Horizonte (-0,1%, R$ 1.359).
Em termos gerais, após quatro meses consecutivos de estabilidade da taxa de desemprego, o indicador cresceu no mês de agosto.
A PED mostrou que a taxa passou de 10,7%, em julho, para 11,1%, em agosto, nas regiões metropolitanas e no Distrito Federal.
Isso tem relação com a ascensão da PEA [população economicamente ativa] que se manteve estável em anos anteriores, mas que vem ganhando força. Vem elevando-se ao longo do ano de 2012.
A PEA pode estar crescendo por uma expectativa positiva em relação ao mercado de trabalho brasileiro, analisa a economista.
No último mês, houve pequena elevação no número de postos de trabalho - com 35 mil novas vagas - mas que não foram suficientes para absorver as 135 mil pessoas que passaram a ser contabilizadas como população economicamente ativa.
Assim como o Dieese e a Fundação Seade, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga levantamento mensal sobre o desemprego no país.
No entanto, as taxas apresentadas nas duas pesquisas costumam ser diferentes devido aos conceitos e metodologia usados.
Entre as diferenças está o conjunto de regiões pesquisadas. A PED, feita pelo Dieese e pela Fundação Seade, não engloba o número de desempregados da região metropolitana do Rio de Janeiro.
Na Pesquisa Mensal de Emprego (PME), do IBGE, não está incluída as regiões de Fortaleza e do Distrito Federal.(ABR)