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Economia

Mercado estima menos inflação para este ano e "tombo" maior do PIB

Previsões foram divulgadas nesta segunda-feira pelo Banco Central. Mercado baixou estimativa de crescimento do PIB de 2017 para 1%.

G1

21 de Novembro de 2016 - 09:20

Os economistas das instituições financeiras previram menos inflação para este ano e um "encolhimento" maior do Produto Interno Bruto (PIB) em 2016, além de uma expansão mais fraca da economia no próximo ano.

As expectativas foram coletadas pelo Banco Central na semana passada e divulgadas nesta segunda-feira (21) por meio do relatório de mercado, também conhecido como Focus. Mais de cem instituições financeiras foram ouvidas.

A estimativa do mercado para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano recuou de 6,84% para 6,80% na semana passada. Mesmo assim, permanece acima do teto de 6,5% do sistema de metas de inflação e bem distante do objetivo central fixado para 2016, que é de inflação de 4,5%.

Para 2017, a previsão do mercado financeiro para a inflação permaneceu estável em 4,93%. O índice está abaixo do teto de 6% para o IPCA, fixado para o ano que vem, mas ainda acima da meta central, que de inflação de 4,5%.

O BC tem informado que buscará "circunscrever" o IPCA aos limites estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 2016 (ou seja, trazer a taxa para até 6,5%), e também fazer convergir à inflação para a meta central de 4,5% em 2017.

Produto Interno Bruto

Para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2016, o mercado financeiro prevê agora um encolhimento de 3,40%. Na pesquisa anterior, feita na semana retrasada, a previsão era de queda de 3,37%.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos no país, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o comportamento da economia brasileira.

Essa será a primeira vez que o país registra dois anos seguidos de retração no nível de atividade da economia – a série histórica oficial, do IBGE, tem início em 1948. No ano passado, o recuo foi de 3,8%, o maior em 25 anos.

Os economistas das instituições financeiras também baixaram a previsão de alta do PIB em 2017, de 1,13% para 1%, informou o BC. Nesta semana, o governo divulga sua nova previsão para o crescimento do PIB do ano que vem. Atualmente, a estimativa é de uma alta de 1,6%.

Taxa de juros

O mercado financeiro manteve, na última semana, a previsão para a taxa de juros no fim de 2016 em 13,75% ao ano. Atualmente, os juros estão em 14% ao ano. Com isso, a estimativa do mercado é de mais um corte nos juros até o fim de 2016.

Já para o fechamento de 2017, a estimativa para a taxa de juros ficou estável em 10,75% ao ano - o que pressupõe continuidade do processo de corte dos juros no ano que vem.

A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para tentar conter pressões inflacionárias. Pelo sistema de metas de inflação brasileiro, a instituição tem de calibrar os juros para atingir objetivos pré-determinados.

As taxas mais altas tendem a reduzir o consumo e o crédito, o que pode contribuir para o controle dos preços. Quando julga que a inflação está compatível com as metas preestabelecidas, o BC pode baixar os juros.

Câmbio, balança e investimentos

Nesta edição do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2016 subiu de R$ 3,22 para R$ 3,30. Para o fechamento de 2017, a previsão dos economistas para o dólar ficou estável em R$ 3,40.

A projeção para o resultado da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações) em 2016 recuou de US$ 47,6 bilhões para US$ 47,4 bilhões de resultado positivo. Para o próximo ano, a previsão de superávit permaneceu em US$ 45 bilhões.

Para 2016, a projeção de entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil permaneceu inalterada em US$ 65 bilhões e, para 2017, a estimativa dos analistas continuou em US$ 70 bilhões.