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Economia

Rebanho bovino brasileiro é o segundo maior do mundo

Esse resultado coloca o Brasil como quinto maior produtor mundial, atrás apenas da China, dos Estados Unidos, da Alemanha e da Espanha

Conjuntura Online

25 de Novembro de 2010 - 10:12

O rebanho bovino do país cresceu 1,5% em 2009 na comparação com o ano anterior e somou 205,3 milhões de cabeças. Com isso, o Brasil detém o segundo maior rebanho de bovinos do mundo, ficando atrás apenas da Índia. Em 2008, após dois anos em queda, o número de cabeças de gado havia apresentado alta de 1,3%.
 
Os dados, divulgados nesta quarta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), fazem parte da pesquisa Produção da Pecuária Municipal 2009.
 
Regionalmente, o levantamento aponta que a maior parte desses animais estava concentrada na Região Centro-Oeste, com 34,4% do efetivo nacional, seguida da Região Norte (19,7%) e da Sudeste (18,5%).
 
O Estado de Mato Grosso é o que apresenta o maior número de animais (13,3%) e a cidade de Corumbá (MS) lidera o ranking entre os municípios, com cerca de 1,973 milhão de cabeças, representando 1% do efetivo nacional. Em seguida, aparecem São Félix do Xingu (PA), com 0,9%, e Ribas do Rio Pardo (MS), com 0,6%.
 
O documento do IBGE também destaca o incremento no rebanho do município de Porto Murtinho (MS), que registrou aumento de 25,3% de 2008 para 2009. Com isso, a cidade subiu da 12ª para a 5ª posição no ranking dos principais municípios de um ano para o outro.
 
Ainda segundo o levantamento, o efetivo de bovinos encontra-se “bem distribuído” pelo país, já que os 20 principais municípios concentram cerca de 8,4% do total de animais.
 
O IBGE também constatou que foram abatidas no ano passado 28,063 milhões de cabeças e produzidas 6,661 milhões de toneladas de carne bovina. Desse total, 13,9% foram exportadas para outros países, tendo sido observada redução do volume comercializado externamente em cerca de 9,9% sobre o ano de 2008. A maior parte dessa carne foi exportada para Rússia, Hong Kong e Irã. O maior consumidor mundial de carne bovina foram os Estados Unidos, seguidos pela União Europeia e pelo Brasil.
 
Ao contrário do bovino, todos os outros rebanhos de grande porte investigados pelo IBGE sofreram redução. Os bubalinos (búfalos) apresentaram queda de 0,9%; os equinos, de 0,8%; os asininos (asnos), de 8,9% e os muares (burros e mulas), de 2,9%. Em relação aos rebanhos de médio porte, a pesquisa aponta que houve crescimento de 3,3% no efetivo de suínos, em relação a 2008, totalizando 38 milhões de cabeças.
 
Esse resultado coloca o Brasil como quinto maior produtor mundial, atrás apenas da China, dos Estados Unidos, da Alemanha e da Espanha. Os estados do Sul responderam por quase metade (48,5%) da quantidade de animais. Somente Santa Catarina possuía 21% das unidades.
 
Já o efetivo de caprinos teve queda de 2% e o de ovinos, de 1,1%. Entre os de pequeno porte, o IBGE verificou aumento de 2,7% no efetivo de galinhas, que somou 1,234 bilhão de unidades. As codornas tiveram crescimento de 27,9% no período e os coelhos registraram queda de 10%.
 
O IBGE também identificou alta de 5,6% na produção de leite, tendo somado 29,112 bilhões de litros. Em valor de produção, a variação foi ainda maior, de 9,2%. Os principais produtores foram Minas Gerais (27,2%), Rio Grande do Sul (11,7%) e Paraná (11,5%).

Recuperação

O crescimento de 1,5% no rebanho bovino brasileiro em 2009 já era esperado pelo setor. Na avaliação do superintendente da Acrimat (Associação dos Criadores de Mato Grosso), Luciano Vaccari, depois de uma “intensa crise” de 2005 a 2007, a pecuária brasileira vem dando sinais de recuperação.
 
Naquele período, os pecuaristas enfrentaram perdas em função de fatores climáticos, de câmbio, além de focos de febre aftosa, que fez com que países importadores e mesmo o mercado interno impusessem restrições aos seus produtos, gerando grandes prejuízos.

– Esse resultado já era esperado porque a pecuária vem dando sinais de recuperação diante da crise bastante intensa que vivenciamos nos anos de 2005, 2006 e 2007. A retomada do crescimento da pecuária e das exportações brasileiras contribuíram para que os pecuaristas voltassem a fazer investimentos, principalmente em melhoramento genético e na recuperação da estrutura das propriedades – afirmou.

Segundo ele, o estado de Mato Grosso se mantém na liderança do rebanho de bovinos no país porque acompanha a tendência nacional de recuperação, com ampliação dos investimentos.

– O resultado disso aparece nas exportações.
O estado também é o segundo maior exportador de carne bovina, perdendo apenas para São Paulo – acrescentou.

De acordo com Vaccari, a queda de 9,9% nas exportações constatada pelo levantamento já foi revertida em 2010. Ele explicou que o resultado reflete as perdas em função da crise financeira internacional, a partir do fim de 2008. Segundo o superintendente da Acrimat, no entanto, levantamentos recentes apontam que as exportações já retomaram os níveis anteriores à crise.

– O ano de 2009 foi mesmo de redução drástica das exportações. Era uma crise de crédito e não de demanda, então os compradores queriam a carne brasileira, mas não tinham como pagar. Já em 2010, os levantamentos que temos apontam que houve retomada dos níveis de exportação, que voltaram ao patamar anterior à crise – afirmou.

Dados da Associação dos Criadores de Mato Grosso, com base em informações divulgadas pelo MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) revelam que em 2010, o volume exportado da carne bovina já é 8,9% maior que o volume do mesmo período do ano passado.
 
Além disso, enquanto o faturamento da atividade entre janeiro e outubro de 2009 somou US$ 2,45 bilhões, no mesmo período de 2010 o valor já chegou a US$ 3,3 bilhões, o que representa um crescimento de 34,6%.