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Economia

Setor de serviços tem 4ª alta seguida e avança 1,1%

Serviços prestados às famílias ainda estão 23,2% abaixo do patamar pré-pandemia.

G1

14 de Setembro de 2021 - 08:26

Setor de serviços tem 4ª alta seguida e avança 1,1%
Bares cheios na zona norte do Rio de Janeiro, em imagem do dia 10 de julho — Foto: Foto: Jorge Hely/Framephoto/Estadão Conteúdo

O volume de serviços prestados no Brasil avançou 1,1% em julho, na comparação com junho, segundo dados divulgados nesta terça-feira (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi a 4ª alta mensal seguida. Com isso, o setor atingiu o maior nível em 5 anos.

"O setor está 3,9% acima do nível pré-pandemia, em fevereiro de 2020, e também alcança o patamar mais elevado desde março de 2016. Mesmo com o avanço, o setor ainda está 7,7% abaixo do recorde histórico, alcançado em novembro de 2014", informou o IBGE.

O setor de serviços é o que possui o maior peso da economia brasileira.

Setor de serviços registra quarta alta seguida em julho — Foto: Economia/G1

Setor de serviços registra quarta alta seguida em julho — Foto: Economia/G1

O setor de serviços foi o mais atingido pela pandemia de coronavírus e segue em trajetória de recuperação, favorecido pelo avanço da vacinação e relaxamento das restrições. Em relação a julho de 2020, a alta foi de 17,8%, a quinta taxa positiva seguida. No acumulado no ano, o avanço é de 10,7%.

Em 12 meses, o setor acumulou ganho de 2,9%, mantendo a trajetória ascendente iniciada em fevereiro. Veja gráfico abaixo:.

Indicador acumulado em 12 meses teve salto na passagem de junho para julho — Foto: Economia/G1

Indicador acumulado em 12 meses teve salto na passagem de junho para julho — Foto: Economia/G1

Alta apenas em 2 das 5 grandes atividades

A alta do setor em julho foi sustentada por apenas duas das cinco atividades, em especial, pelos serviços prestados às famílias (3,8%). Já os Serviços profissionais, administrativos e complementares avançaram 0,6% e superaram, pela primeira vez, o patamar pré-pandemia, ficando 0,5% acima de fevereiro de 2020.

“Essas duas atividades são justamente aquelas que mais perderam nos meses mais agudos da pandemia. São as atividades com serviços de caráter presencial que vêm, paulatinamente, com a flexibilização e o avanço da vacinação, tentando recuperar a perda ocasionada entre março e maio do ano passado”, explica o analista da pesquisa, Rodrigo Lobo.

Em sentido oposto, houve queda no volume de serviços de informação e comunicação (-0,4%), de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-0,2%) e em outros serviços (-0,5%).

Veja abaixo a variação dos subgrupos de cada uma grandes atividades:

  • Serviços prestados às famílias: 3,8%
  • Serviços de alojamento e alimentação:4,4%
  • Outros serviços prestados às famílias: 0,9%
  • Serviços de informação e comunicação: -0,4%
  • Serviços de Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC): 0,4%
  • Telecomunicações: 1,0%
  • Serviços de Tecnologia da Informação: 1,2%
  • Serviços audiovisuais, de edição e agências de notícias: -11,6%
  • Serviços profissionais, administrativos e complementares: 0,6%
  • Serviços técnico-profissionais: 4,4%
  • Serviços administrativos e complementares: -0,6%
  • Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio: -0,2%
  • Transporte terrestre: -0,2%
  • Transporte aquaviário: 4,4%
  • Transporte aéreo: -7,8%
  • Armazenagem, serviços auxiliares aos transportes e correio: -0,2%
  • Outros serviços: -0,5%

Serviços prestados às famílias seguem abaixo do patamar pré-Covid

Nos serviços prestados às famílias, o avanço foi puxado pelo desempenho dos segmentos de hotéis, restaurantes, serviços de buffet e parques temáticos, que costumam crescer em julho devido às férias escolares.

Apesar do avanço em julho, serviços prestados às famílias operam 23,2% abaixo do patamar de fevereiro de 2020, segundo o IBGE. Essa é a única das cinco atividades que ainda não superou o nível pré-pandemia.

“Isso é compreensível já que se trata da atividade em que há a maior concentração de serviços prestados de forma presencial. É uma atividade que lida com restrições de oferta. Alguns estabelecimentos fecharam e outros reabriram, mas ainda não operam com plena capacidade. No lado da demanda, há pressão por conta da falta de avanço da massa de rendimento das famílias e do nível de desemprego elevado, que impedem que esse serviço cresça na mesma forma que os demais apurados dentro do setor”, afirma Rodrigo Lobo.

Alta em 15 das 27 Unidades da Federação

O volume de serviços cresceu em 15 das 27 unidades da federação na passagem de junho para julho. As altas mais relevantes vieram de São Paulo (1,4%), seguido por Rio Grande do Sul (3,4%), Minas Gerais (1,2%), Pernambuco (4,1%) e Paraná (1,5%). Já a principal queda foi registrada no Rio de janeiro (-4,4%).

Atividades turísticas têm 3ª alta seguida

O índice de atividades turísticas subiu 0,5%, na terceira taxa positiva consecutiva. O segmento, entretanto, ainda necessita crescer 32,7% para retornar ao patamar pré-pandemia. Oito das 12 regiões pesquisadas tiveram avanço, com destaque para Pernambuco (9,5%), Santa Catarina (9,4%), Bahia (6,1%) e Rio de Janeiro (2,1%).

Perspectivas

Na semana passada, o IBGE mostrou que as vendas do comércio varejista cresceram 1,2% em julho, na quarta alta mensal seguida. A retomada do setor de serviços e da economia, entretanto, é desigual, com as atividades de caráter mais presencial sem ainda ter conseguido retomar o pleno funcionamento.

Em um cenário de aumento das incertezas e de piora das expectativas em razão da tensão política, de agravamento da crise hídrica e de inflação de quase dois dígitos no acumulado em 12 meses, o mercado financeiro tem revisado para baixo as projeções para a economia brasileira.

Para o Produto Interno Bruto (PIB), os analistas reduziram a estimativa de alta em 2021, de 5,15% para 5,04%. Para 2022, a projeção de crescimento da economia baixou de 1,93% para 1,72%, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central.