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Esporte

Kayla critica corte de peso no MMA, mas admite descer para enfrentar Cyborg

Ex-judoca dispara: "'Você é grande, você é forte, você é poderosa', essa é a mensagem que quero enviar".

Globo Esporte

21 de Agosto de 2018 - 14:20

Bicampeã olímpica de judô, Kayla Harrison começou em junho sua trajetória no MMA e venceu as duas lutas que fez, sempre na categoria peso-leve, divisão até 70,3kg. Como parte da Professional Fighters League (PFL), a americana tem visto a organização encontrar rivais no seu peso, mas sabe que isso é hoje uma grande dificuldade. Kayla, no entanto, é dura ao falar sobre o habitual corte de peso no esporte.

- Primeiro de tudo, não acredito em corte de peso. Acho que é terrível para o seu corpo, acho que se você vai ganhar, vai ganhar em qualquer peso que competir, e acho que está enviando uma mensagem ruim para jovens e crianças. Não quero que ninguém, especialmente minha sobrinha, pense que ser mais magra é ser melhor. Simplesmente não acredito nisso. "Você é grande, você é forte, você é poderosa", essa é a mensagem que quero enviar - disse a lutadora no programa “The MMA Hour”.

Após estrear com vitória contra Brittney Elkin, com uma finalização no primeiro round, e bater Jozette Cotton por nocaute no terceiro round no último dia 16, Kayla Harrison quer sempre o posto de melhor do mundo no que faz. E ela sabe que a melhor hoje é a brasileira Cris Cyborg, que não sabe o que é perder há 13 anos, quando foi derrotada em sua estreia no MMA. Hoje ela é campeã peso-pena do UFC, uma categoria abaixo dos leves.

- Mas percebo que, se quiser ser considerada a melhor do mundo, tenho que vencer a melhor. E essa pessoa está em 145 libras (65,8kg).

Sobre o corte de peso, Kayla sugeriu que o MMA adotasse a medida aplicada no judô, em que alguns lutadores passam por uma nova pesagem no dia da luta, depois de já ter batido o peso na véspera. Eles não podem ultrapassar 5% do limite da categoria no dia da luta.

A lutadora de 28 anos criticou as medidas adotadas hoje pelas comissões atléticas que regulamentam o esporte.

- Não importa como eu me sentiria fisicamente, mas você tem que pensar que você não está balançando um taco de beisebol. As pessoas estão te dando socos na cabeça. Você está desidratado, também está desidratando seu cérebro. Qual é a primeira coisa que mantém seu cérebro seguro? É a água. Estou surpresa que as comissões permitam isso. Eu nunca fiz exames de ressonância magnética ou exames de sangue para fazer um torneio de judô. Eles fazem todos esses testes com as comissões para garantir que você está saudável e pode lutar, mas eles vão deixar você cortar 50 libras? Isso não faz nenhum sentido para mim.

Hoje, a PFL tem seis divisões masculinas ativas, enquanto as lutas de Harrison no peso-leve funcionam mais como uma atração extra. Organizações como UFC, Bellator e Invicta FC não têm hoje a categoria dos leves entre as mulheres. A ex-judoca parece mesmo destinada a descer de divisão para trilhar um longo caminho no esporte.

- Acho que muitas pessoas têm dúvidas sobre a categoria de 155 libras porque é uma classe de peso grande. É muito subdesenvolvida na comunidade de MMA entre as mulheres, então talvez tenha que descer para fazer algumas lutas.