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Esporte

Ouro no Mundial juvenil faz brasileira mudar de prova favorita

Izabela foi a primeira atleta brasileira feminina a conquistar um ouro no Mundial juvenil de atletismo

Gazeta Esportiva

30 de Julho de 2014 - 08:52

A brasileira Izabela Rodrigues da Silva praticou diversos esportes na infância antes de começar a treinar atletismo e até a semana passada tinha aprova do arremesso de peso como sua favorita. Mas tudo mudou na última sexta-feira, quando ela conquistou a medalha de ouro do Campeonato Mundial juvenil no lançamento de disco, agora sua predileta.

Izabela foi a primeira atleta brasileira feminina a conquistar um ouro no Mundial juvenil de atletismo. Antes dela, o Brasil teve subiu ao lugar mais alto do pódio apenas duas vezes na competição, com Thiago Braz no salto com vara em Barcelona-2012 e com Clodoaldo Gomes da Silva, nos 20km de corrida em Lisboa-1994.

“Agora eu gosto mais do disco. Até semana passada era o peso”, disse Izabela em meio a risos, nesta terça-feira, pouco depois de chegar ao Brasil. “Depende do lugar em que eu fico nas competições. Eu gosto do que eu ganho”, explicou a atleta que completará 19 anos já no próximo sábado.

Izabela conquistou o ouro no Mundial de Eugene, nos Estados Unidos, com a marca de 58,03m obtida em seu segundo lançamento do disco na final, novo recorde brasileiro juvenil. Ela teve larga vantagem sobre as rivais, deixando a norte-americana Valerie Allman, que atingiu a marca de 56,75m, com a prata e a indiana Navjeet Kaur Dhillon, com 56,36m, com o bronze. Após atingir o recorde, a brasileira ainda alcançou 57,39m e 57,12m.

Em Eugene, a atleta nascida no interior de São Paulo disputou o lançamento do disco e o arremesso de peso. Ela se inscreveu previamente nas duas provas, mas acabou prejudicada pelo programa de competição do Mundial organizado pela Federação Internacional de Atletismo (Iaaf), que colocou as duas eliminatórias no mesmo dia e com poucos minutos de intervalo.

Depois de se classificar à final do lançamento do disco, entrou nas eliminatórias do arremesso de peso por obrigação para fazer apenas uma tentativa e não se classificar à final. Caso não participasse da segunda prova, seria desclassificada da primeira. A tática deu certo. Atingiu a marca de 14,54m, ficou fora das 12 atletas que brigariam pela medalha, e pôde se concentrar na final do lançamento.

“A gente não sabe por que a Iaaf fez isso. Não tem explicação. No Mundial adulto de 1997 em Atenas aconteceu a mesma coisa com a Elisângela Maria Adriano e ela não foi às finais”, analisou o técnico João Paulo Alves da Cunha. “Se tivesse um intervalo maior, com certeza ela avançaria pelo menos à final (do arremesso de peso)”, completou.

Na transição para a categoria adulta, Izabela continuará treinando o lançamento do disco e o arremesso de peso, mas terá que definir uma das provas como especialidade em breve.

“Como na América do Sul ela ganha no lançamento do disco e no arremesso de peso, acaba gostando das duas. Mas é mais um ou dois anos antes de direcionar para uma das provas. Vai continuar fazendo a outra, mas o treinamento será focado em uma delas”, explicou o treinador.