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Esporte

Renato vê Grêmio em transição e pede calma

Técnico dá entrevista ao lado de presidente Romildo Bolzan

GE

18 de Setembro de 2020 - 13:58

Renato vê Grêmio em transição e pede calma
Romildo Bolzan e Renato Portaluppi, do Grêmio — Foto: Lucas Uebel/Grêmio

O Grêmio não irá realizar mudanças em sua comissão técnica além da demissão do executivo Klauss Câmara. Foi esta a mensagem passada pelo presidente Romildo Bolzan Júnior em entrevista coletiva nesta sexta-feira, ao lado do técnico Renato Portaluppi. Mais uma vez, o treinador negou uma crise no clube, disse que o time está em um momento de "transição" e afirmou que ele próprio pedirá para sair caso sinta que não pode mais contribuir.

A decisão da direção foi de manutenção nesse momento de turbulência e aposta no trabalho da atual comissão técnica. Renato completará quatro anos no comando do clube neste sábado. O treinador voltou a falar nos desfalques e na falta de entrosamento para justificar as atuações ruins do time, mas pediu calma ao torcedor.

– Nessas horas tem que ter calma. Se achar que estou atrapalhando, vou ser o primeiro a sair. Ainda mais no clube que amo, que me dedico a quatro anos. Quando não estiver me sentindo bem vou ser o primeiro a sair. Resolvo em dois minutos. Até porque, não coloco R$ 1 real de multa (no contrato). Poderia colocar milhões como muitos fazem. Aí ficam brigando no dia a dia para levar a multa. Não sou deste tipo. Caminho aberto, porta aberta para entrar e sair. Não vai ser o Renato, se sentir que está prejudicando, que vai querer ficar aqui. Eu tomo a decisão antes dele (presidente). Respeito a decisão. Não estou aqui para no próximo jogo ter que ganhar, senão vou embora. Eu mesmo vou chegar, agradecer. Mas o momento é de tranquilidade, trabalho, retomar o rumo – afirmou Renato.

"Se achar que estou atrapalhando, vou ser o primeiro a sair. Ainda mais no clube que amo, que me dedico a quatro anos. Quando não estiver me sentindo bem vou ser o primeiro a sair. Resolvo em dois minutos" (Renato, técnico do Grêmio)

Apesar do título gaúcho no fim de agosto, o Grêmio vem com atuações e resultados ruins e contestações da torcida. Renato reconheceu os problemas de rendimento, mas justificou com as ausências dos jogadores machucados e a falta de entrosamento. Na avaliação do treinador e do presidente, o time está em um momento de "transição".

— Nós estamos em transição. Quatro anos vitoriosos, estamos fazendo um elenco novo. Se for fazer a avaliação dos clubes que, jogando, foram fazer as transições de time, vão verificar que está há mais de 10 anos sem ganhar nada. Estamos melhorando o ciclo, potencializando, com os conceitos do anterior. Metade de jogadores formados e de jogadores vindos. Jogadores preparados para ter oportunidades importantes. O que vale aqui é que o diagnóstico de uma transição ocorrendo, nem tudo acontece por questões e entrosamento naturalmente. E vão ter quedas técnicas — destacou Romildo.

— O momento não é bom, mas não é péssimo. Sabemos que temos que melhorar. Um monte de jogadores chegando e jogadores no departamento médico. Não vai ser da noite para o dia. Mas falar que tem crise? Tem que melhorar, não está bem, mas não está péssimo. Não entra na minha cabeça. Os comentários do presidente, que ele bancou. é porque sabe que pode confiar. A mensagem é de calma — acrescentou Renato.

Grêmio é recebido com protesto de torcedores na Arena após derrota na Libertadores

"Para você ver, precisou quatro anos para ter pressão. Acho que esses quatro anos foram de trabalho intenso, resultados maravilhosos e que o torcedor tem direito de cobrar. Somos culpados aqui porque viciamos o torcedor a comemorar todas as partidas" (Renato)

Apesar do desempenho ruim na derrota para a Universidad Católica, na Libertadores, o treinador gremista descartou que o Tricolor viva uma crise. Justificou os problemas de atuação pela ausência de jogadores no departamento médico e pela falta de entrosamento de quem chegou há pouco.

— Uma crise, eu vejo, é no momento que não ganha títulos, não ganha os jogos, briga para ser rebaixado e não deixa o torcedor feliz. Isso é uma crise. Isos podemos falar que é uma crise. O que não é, no momento que alguns resultados não aparecem, que é normal. O Grêmio não sabe o que é crise durante quatro anos. Essa crise, que algumas pessoas estão achando, que não é na minha cabeça, é um mau momento — destacou.

Sobre o protesto dos torcedores, Renato disse que a manifestação é normal e direito dos gremistas pelo momento. Mas também afirmou que demorou quatro anos para o Tricolor sentir uma "pressão" pelos resultados em campo.