Sem reforço e com Gabriel perto de sair, Dorival se mostra preocupado

Dorival Júnior recebeu até com certa naturalidade a notícia de que Marquinhos Gabriel, depois de ter ficado tão perto de seu retorno ao Santos, preferiu jogar no Corinthians. O técnico vinha mantendo contato telefônico com o meia, mas evitou se exceder nas lamentações. Às vésperas de uma decisão contra o São Bento, pelas quartas de final do Campeonato Paulista, o treinador do Peixe fez questão de passar confiança ao seu elenco.

“Sou bem tranquilo. Entre o atleta querer vir, possibilidades claras de negociação, até fechar o todo, tem uma distância muito grande. Trabalho com quem esteja aqui. Que Marquinhos seja feliz, vá tranquilo. O Santos continua a vida e busca novas opções. Vamos correr atrás, como sempre fizemos”, comentou Dorival. “Vou pensar e valorizar os que aqui estão. É a minha preocupação. Trabalhar com a nossa realidade, dos que estão aqui. Dar cancha, ajudar, preparar”, avisou.

Mas, o treinador não escondeu sua preocupação depois de ouvir Modesto Roma Júnior, na noite de quinta, falar abertamente sobre as possibilidades de venda de atletas na janela de transferência do meio do ano. O presidente chegou a colocar a saída de algum jogador como fundamental para o clube ter caixa para contratar os reforços tão pretendidos.

“Espero que eles (diretoria) pensem nas que podem chegar, não só nas que podem sair. Trabalho em conjunto. Não podemos só perder jogadores. Fato fundamental para que mantenhamos uma equipe forte, se quisermos buscar alguma coisa. Perder sempre é um fator preocupante”, alertou Dorival.

Nesta temporada, o clube perdeu Geuvânio e viu frustrada a tentativa de repatriar Marquinhos Gabriel. Além disso, sabe que terá de travar uma batalha com Lucas Lima para segurar o meia, como ocorreu antes com Ricardo Oliveira. Apenas Gabriel é visto como uma boa opção para se fazer dinheiro. E mais uma vez Dorival vai de encontro com o pensamento de seus dirigentes.

“Ele está se aproximando do momento de saída. Para a equipe, terrível. Dificilmente se tem reposição imediata. É uma preocupação, sim. O Santos está perdendo muitos elementos e a tendência é de que perca mais. Temos que definir qual lado vamos correr, qual objetivo. Só produzir e vender ou queremos campeonatos. Reposição é muito complicada. Dentro do nosso país nem se fala. Nem sempre podemos acertar. Não podemos ficar nessa ciranda de produzir e sair. Isso pode ser fatal”, opinou, deixando claro que será muito complicado o clube conseguir lutar por títulos nacionais sem reposições a altura ou manutenção de seus principais atletas.