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Queda de 32,97% da população rural, deixa Sidrolândia abaixo dos 50 mil habitantes

Os levantamentos foram impactados pela queda de 32,97% da população num intervalo de 12 anos.

Redação/ Região News

02 de Julho de 2023 - 19:03

Queda de 32,97% da população rural, deixa Sidrolândia abaixo dos 50 mil habitantes
Foto: Divulgação

Os números finais do censo/2022 frustraram as expectativas de que Sidrolândia teria acima de 60 mil habitantes. Os levantamentos foram impactados pela queda de 32,97% da população num intervalo de 12 anos, embora no computo geral, desconsiderando as estimativas, houve um incremento superior a 10% no número de habitantes quando comparado com censo de 2010.

Ao invés de um crescimento populacional estimado inicialmente de 44,29%, que representaria mais 18.667 moradores, o IBGE apurou 4.986 novos moradores, 11,83% a mais, resultando em 47.118 habitantes. Crescimento médio anual de 0,98%, quando o esperado era 3,69%.

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O censo/2010 apurou uma população de 42.114 habitantes, sendo 27.542 na zona urbana e 14.349 no campo. Transcorridos 13 anos (2010/2023), a população urbana cresceu 34,97% com a incorporação de mais 9.717 moradores (agora são 38.500), enquanto a zona rural perdeu 4.731 (32,97%), somando hoje 9.717 habitantes.

Segundo o geógrafo Geovane Ferreira, além de questões estruturais e comportamentos da sociedade (a redução da natalidade é uma delas), as projeções foram claramente superestimadas pela explosão populacional ocorrida na década anterior ao penúltimo censo.

Entre 2000 e 2010, a população sidrolândense cresceu 79,41%, um incremento de 18.649 moradores, 7.820 só do Assentamento Eldorado com 2.056 lotes, implantado em 2007. Na última década só foram criados mais três assentamentos, com 261 lotes.

Muitos dos assentados mantêm casas na área urbana em Sidrolândia e em cidades próximas, principalmente na capital do Estado, Campo Grande, o que explicaria o fato dos recenseadores terem identificado 1.223 domicílios de uso ocasional, mais de 7 % do total.

"Boa parte das crianças que veio com os pais para os assentamentos, hoje são jovens, se mudaram para estudar ou em busca de oportunidades de trabalho em outras cidades", explica Geovane. Tanto que a média de moradores por domicílio em 12 anos caiu 11%, de 3,08 para 2,73.

Quem passou por esta experiência (de ver ir os filhos indo embora do sítio) foi Francisco Pereira, do Assentamento João Batista, onde só ele e a mulher estão morando. A filha, hoje com 25 anos, graduou-se professora e hoje trabalha na Capital. A caçula, que tem 17 anos, está se formando técnica agrícola.

Dona Lourdes Pereira, está morando sozinha no seu lote no Eldorado I, onde se dedica a produção leiteira. Separou-se do marido e os três filhos foram para cidade estudar.

Quem está passando por está experiência é o casal Luiz e Neli Bernardo, que desde 2005 mora no Barra Nova. Os filhos gêmeos, Luiz Pedro e Maria Luiza, completaram 18 anos e saíram de casa para estudar. Luiz Pedro, está morando em Campo Grande, onde cursa o bacharelado em física na UFMS. Maria Luiza foi para Dourados estudar pedagogia e artes cênicas na UFGD.

Outro fator que contribuiu para a desaceleração populacional foi o arrendamento de pelo menos 50 dos 70 mil hectares dos lotes da reforma agrária para o plantio de soja e milho. "Dos 238 lotes do Assentamento Jibóia, praticamente 200 estão arrendados e os moradores só vêm uma vez por mês para não terem a casa invadida", explica o presidente do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural", Alberto de Souza.

O fechamento da Usina Olinda em 2013, provocou o esvaziamento populacional do distrito de Quebra Coco que chegou a ter 3 mil moradores e hoje tem aproximadamente 1.500.