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Mato Grosso do Sul

Apesar de queda, MS ainda lidera mercado de cigarro ilegal no Brasil

84% dos produtos do comércio de cigarros do estado são ilegais, número 36% maior do que a média nacional

Correio do Estado

11 de Agosto de 2022 - 09:19

Apesar de queda, MS ainda lidera mercado de cigarro ilegal no Brasil
Foto: Reprodução: ONU

Mato Grosso do Sul foi o estado brasileiro que mais teve participação em comércio de cigarros ilícitos, segundo pesquisa realizada pela companhia de Inteligência, Pesquisa e Consultoria (Ipec).

Os números foram divulgados pelo Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP), e mostram que 84% dos produtos do comércio de cigarros do estado são ilegais. Mato Grosso do Sul está 36% acima da média nacional, seguido pelo Paraná, com 60% dos produtos ilegais.

Os dois estados em questão são as principais rotas de entrada de contrabando para o Brasil, sendo que Mato Grosso do Sul possui mais de 1,5 mil quilômetros de fronteiras, o que justifica o alto índice. Seus mercados são abastecidos principalmente pelo cigarro trazido do Paraguai.

De dez marcas de cigarros vendidas no estado, quatro são ilegais. A mais vendida é a marca paraguaia “Fox”, que ocupa 61,4% do mercado. A pesquisa registrou queda de 2% em relação a 2020 (86%) e 3 pontos percentuais em relação a 2019 (87%).

O contrabando de cigarros preocupa, porque gera prejuízo econômico e gera outros crimes, como lavagem de dinheiro e tráfico.

Sonegação fiscal

A pesquisa Ipec estimou que o mercado ilegal de cigarros causou sonegação fiscal de R$10,2 bilhões ao país em 2021.

Edson Vismona, presidente do Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP), acredita que medidas econômicas poderiam diminuir este problema, já que no Brasil os impostos sobre cigarros ultrapassam 70%, variando de acordo com o estado, valor muito acima do imposto em produtos paraguaios, que são taxados em apenas 20%.

“É importante que sejam tomadas medidas que impactem a demanda do cigarro do crime e não apenas medidas que se restrinjam ao combate da oferta do produto ilegal. Para isso, a questão tributária é fundamental e deve ser colocada em discussão”, conclui.