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Mato Grosso do Sul

Deputado quer convencer prefeitos a fazer marcha pela volta do ramal

Segundo a proposta da ANTT, a empresa que explorar a concessão deverá investir na retomada do transporte de cargas entre Corumbá/Mairinque a partir de 2027.

Redação/Região News

31 de Maio de 2023 - 16:36

Deputado quer convencer prefeitos a fazer marcha pela volta do ramal
Deputado estadual Pedro Pedrossian Neto. Fotos: Eduardo César.

O deputado Pedro Pedrossian Neto, à frente de uma mobilização pela reativação do ramal ferroviário Campo Grande/Ponta Porã, anunciou em coletiva de imprensa que planeja convencer os prefeitos dos 5 municípios diretamente impactados pelo ramal a se engajarem nessa reivindicação.  O governador Eduardo Riedel também defende a reativação do ramal

Pedrossian Neto pretende persuadir os prefeitos de Campo Grande , Sidrolândia, Maracaju ,Dourados e Ponta Porã,  participarem de uma marcha a Brasília,  como formar de pressionar a Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT) a incluir o ramal na relicitação da concessão da chamada Malha Oeste. O deputado diz que   "é preciso unir forças com a bancada federal e buscar o apoio da ministra Simone Tebet para garantir que o ramal seja incluído no processo licitatório".

O deputado entende que também é necessário incluir no planejamento de investimento a construção de um anel ferroviário para retirar os trilhos do centro de Sidrolândia.

Temos que unir forças com a bancada federal e buscar o apoio da ministra Simone Tebet para garantir que o ramal seja incluído no processo licitatório". Afirma o deputado

Segundo a proposta da ANTT, a empresa que explorar a concessão deverá investir na retomada do transporte de cargas entre Corumbá/Mairinque a partir de 2027. No entanto, o deputado Pedro Pedrossian Neto contesta os estudos da ANTT que apontam a inviabilidade da reativação do ramal, alegando que isso acarretaria um prejuízo de R$ 613 milhões ao longo dos 60 anos de concessão.

O deputado cita o volume de grãos produzidos em 2022, mencionando que só de soja foram 13 milhões de toneladas, enquanto a ANTT estima que, em 2035, seriam apenas 200 mil toneladas a serem transportadas.

Ele questiona se faz mais sentido os produtores de soja de Mato Grosso do Sul, especialmente os localizados em Maracaju, utilizarem caminhões em vez da ferrovia para chegar a Mairinque.

Pedrossian Neto insiste na reabertura do estudo de demanda, a fim de incluir o cenário real de produção de Mato Grosso do Sul e verificar a viabilidade da inclusão do ramal no projeto de relicitação, conforme proposto pela ANTT.

O deputado também questiona o argumento da agência reguladora de que a construção do ramal da Ferroeste de Maracaju até o Porto de Paranaguá inviabilizaria o ramal Campo Grande/Ponta Porã, afirmando que o ramal da Ferroeste ainda é apenas um projeto, sem certeza de sua implementação.

Além de Sidrolândia, estão programadas audiências públicas em Maracaju, amanhã, e em Ponta Porã, na sexta-feira, além de uma passagem pelo distrito douradense de Itahum..0s  trens deixaram de circular no ramal em 1996.

Ao longo das próximas seis décadas, estima-se que os investimentos e custos operacionais dos 348 km de ferrovia somariam R$ 1,594 bilhão, em comparação com receitas calculadas em R$ 981 milhões no mesmo período.

O ramal tem início em Campo Grande e passa por importantes cidades produtoras do agronegócio, como Sidrolândia, Maracaju, o distrito de Itahum em Dourados, até chegar a Ponta Porã.

Deputado quer convencer prefeitos a fazer marcha pela volta do ramal
Fonte: Agrolink.

Em Maracaju, haveria até mesmo a possibilidade de, no futuro, conectar-se à Ferroeste, uma ferrovia que está sendo desenvolvida pelo governo do Paraná e que poderia chegar até Mato Grosso do Sul.

No entanto, a Nota Técnica conjunta 04/2023, elaborada por vários departamentos da autarquia com dados de consultoria externa, destaca que, embora o ramal de Ponta Porã/MS seja mencionado nos estudos de estruturação, ele não será objeto do trecho ferroviário a ser concedido, de acordo com as diretrizes definidas.

A nota explica que o Ramal de Ponta Porã não se mostrou viável financeiramente e, por esse motivo, foi excluído das próximas etapas do estudo. Isso ocorreu porque o trecho apresentou um Valor Presente Líquido (VPL) negativo de R$ 613 milhões.

O VPL é uma fórmula usada no setor que representa a soma de todas as receitas e despesas estimadas ao longo dos 60 anos de concessão, descontadas para o presente pela taxa de juros projetada.

Quando esse valor é maior que zero, significa que os benefícios obtidos durante o período de análise serão suficientes para cobrir todos os investimentos e despesas operacionais. No caso do ramal, isso não ocorreu.

Para chegar à exclusão do trecho, foi realizado um estudo de mercado com duas projeções: uma considerando o ramal e outra excluindo os 348 km da linha ferroviária. No levantamento sem o trecho ferroviário, o VPL foi de R$ 31 milhões, um saldo positivo levando em consideração as projeções de receitas e despesas.