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Policial

Começa julgamento do acusado de ter matado manicure no Canaã I em outubro de 2011

Este será o primeiro julgamento do acusado, que também responderá pela prática de estupro em outubro, segundo o advogado de Walder, Osmar Blanco.

Dourados News

19 de Março de 2013 - 13:25

Começou às 9h30 de hoje (19) no Fórum de Dourados, o julgamento de Walder Arantes da Rosa, o ‘Maguila’, réu confesso do assassinato da manicure, Jamille Letícia de Souza Santos, 29, no dia 31 de outubro de 2011. Ele responde por homicídio duplamente qualificado.

O tribunal do júri é conduzido pelo juiz da 3ª Vara Criminal do município, Francisco Vieira de Andrade Neto.

Quatro mulheres e três homens serão responsáveis pela avaliação do réu. Familiares e amigos estão acompanhando o processo no plenário completamente lotado. A imprensa foi impedida de registrar imagens no local.

Este será o primeiro julgamento do acusado, que também responderá pela prática de estupro em outubro, segundo o advogado de Walder, Osmar Blanco.

Na semana passada, o Dourados News entrevistou a defesa do acusado. Segundo Blanco, a intenção é conseguir uma pena justa – pelo crime, ele deve ser condenado de 12 a 30 anos. “O réu confessa [o crime], por isso a defesa não pedirá a absolvição, mas sim uma pena justa. Ele confessou o que fez e explicou os motivos, que foram por discussão de família, desentendimento, pois ele queria voltar com ela, ela não quis então acabaram entrando em discussão e acabou acontecendo que ele desferiu as facadas nela que a levou a morte”, disse.

Blanco ressalta que o acusado tinha ingerido bebida alcoólica e estava muito nervoso no dia do crime, “ele não tinha intenção de fazer o que fez, foi no local na intenção de reatar o relacionamento, mas acabou tendo uma briga e ocorreu o crime”.

Relembre o caso

A denúncia apresentada ao Ministério Público de Mato Grosso do Sul diz que Walder Arantes da Rosa e Jamille Letícia de Souza Santos foram casados por 15 anos e tiveram três filhos, no entanto, o acusado constantemente agredia a vítima, a qual, inclusive, já havia registrado boletins de ocorrência contra ele, estando o casal separado há aproximadamente seis meses.

Mesmo assim, o réu ainda frequentava a residência da vítima e a ameaçava, sendo que na noite anterior ao crime, estava na casa de Jamille com os filhos até que ela chegasse do trabalho, sendo que, assim que ela retornou, perguntou-lhe se estava namorando outra pessoa e diante da afirmação da vítima, deu-lhe um tapa no rosto dizendo-lhe: “Você não vai curtir esse namoro”.

Depois disso, o acusado se retirou do local e passado algum tempo, durante a madrugada, voltou à residência da vítima e, tendo pulado o muro, adentrou a casa pela porta dos fundos que sabia não ficar trancada, ocasião em que discutiu com a vítima diante da negativa dela em reatar o relacionamento com o denunciado, entrando em vias de fato.

A filha do casal tentou separar a briga, mas o acusado tentou agredi-la também, mas foi impedido por Jamille e posteriormente saiu do local, razão pela qual a filha, com medo, pegou duas facas da residência e colocou-as debaixo do travesseiro da mãe para caso o réu voltasse.

Por volta das seis horas, enquanto a família ainda dormia, o acusado, armado com uma faca, voltou ao local e adentrou a residência, aproveitando-se que a vítima dormia, passou a desferir-lhe diversos golpes de faca, momento em que Jamille começou a gritar.

A filha do casal foi até o quarto da mãe e viu o pai lhe esfaqueando, o qual, em seguida, saiu do quarto, tendo a menina jogado uma cadeira contra o acusado, o que fez com que ele perseguisse com a faca em mãos a menina e outra filha do casal que também havia acordado. Elas conseguiram fugir dele e com a chegada dos vizinhos ele também fugiu.

Os vizinhos acionaram o socorro, porém ela não resistiu aos ferimentos e morreu.

O caso teve grande repercussão na época e gerou manifestos na cidade. A reconstituição do crime foi realizada no dia oito de novembro de 2011 pela delegada Magali Cordeiro Leite, com o objetivo de esclarecer as versões apuradas pela perícia que divergiam do depoimento do assassino.