Policial
Defesa diz que Hugleice queria adotar filho de Marielly
Ainda segundo o advogado, Hugleice teria tido conhecimento da gravidez da cunhada há cerca de um mês antes do crime.
G1 MS
22 de Julho de 2011 - 14:35

O gerente administrativo Hugleice da Silva, 26 anos, teria proposto adotar o filho que a cunhada Marielly Barbosa Rodrigues, 19 anos, estava esperando na tentativa de convencê-la a não realizar o aborto que resultou na morte da jovem.
As informações são do advogado de Hugleice, José Roberto Rodrigues da Rosa. Ainda segundo o advogado, Hugleice teria tido conhecimento da gravidez da cunhada há cerca de um mês antes do crime.
Por várias vezes ele tentou convencer Marielly a não fazer o aborto, mas ela estava decidida, explicou o advogado.
Em depoimento à Polícia Civil, na quinta-feira (21), Hugleice confessou ter mantido relação sexual com a cunhada.
Segundo o advogado, o cunhado informou que o fato teria acontecido uma única vez, neste ano, durante uma viagem à Mato Grosso.
Ele também relatou à polícia sua participação na ocultação do cadáver de Marielly, após o aborto seguido da complicação e morte da jovem, realizado pelo enfermeiro Jodimar Ximenes Gomes, 40 anos, em Sidrolândia.
O corpo da jovem foi encontrado em um canavial no município no dia 11 de junho, pouco menos de um mês após o desaparecimento da vítima ter sido noticiado.
Segundo informações do delegado que investiga o caso, Fabiano Nagata, a confissão de Hugleice o coloca como principal suspeito de ser o pai do filho que Marielly estava esperando.
O advogado de Hugleice afirma que o cliente nega ser o pai da criança. Segundo o Hugleice, Marielly teria tido outros dois relacionamentos neste ano, um deles com alguém do escritório em que trabalhava e outro com um namorado, explicou o advogado, sem revelar nomes.
A investigação é realizada pela Delegacia Especializada de Homicídios (DEH). Nagata informou que o crime já está praticamente elucidado, mas que as investigações continuarão porque ainda faltam alguns esclarecimentos.
Ele informou ainda que à polícia espera resultados de laudos periciais realizados dos exames realizados na caminhonete do cunhado, além dos medicamentos e macas apreendidos na residência do enfermeiro.
Ainda segundo o delegado, o cunhado de Marielly e o enfermeiro foram indiciados pelo crime de aborto com o consentimento da gestante - qualificado por morte, previsto nos artigos 126 e 127 do Código Penal, além do crime de ocultação de cadáver, previsto no artigo 211.
Os dois suspeitos estão presos. No dia 12 de julho a juíza Silvia Eliane Tedardi da Silva, da 1ª Vara de Sidrolândia, decretou, a pedido da polícia, a prisão temporária por trinta dias.
O advogado que representa o enfermeiro, David Moura de Olindo, informou que não houve mudanças na versão do cliente dele, que alega inocência.




