Delegada suspeita que presos há três semanas simulavam doença

Há pelo menos três semanas presos da delegacia de Polícia Civil de Sidrolândia simulavam que precisavam de atendimento médico e odontológico para que fossem levados a unidades de saúde, onde em banheiros, pegavam celulares e consumiam drogas, que já estavam escondidas nos locais.

Segundo a delegada, Deborah Mazzola Nunes Pereira, a sexta-feira (27), um dos suspeitos, Humberto Oliveira Marques, foi flagrado por policiais quando apanhava 20 gramas de maconha que estavam escondidos atrás do vaso sanitário do banheiro da recepção do hospital Elmíria Silvério Barbosa. Na delegacia, em revista na cela do detento, os policiais encontraram ainda celulares e carregadores.

Ela suspeita que as simulações tenham começado há cerca de três semanas, quando aumentaram as solicitações para atendimentos de saúde. Primeiro para serviços odontológicos e depois médicos.

“Como muitos começaram a reclamar de dor de dente e o transporte até o dentista estava ficando frequente, solicitamos uma unidade móvel para atender no pátio da delegacia. Mas, assim que a unidade chegou, as dores de dente diminuíram e os presos começaram a reclamar de outros problemas de saúde. Isso despertou nossa desconfiança”, comenta Deborah.

Os presos pediam atendimento médico eram encaminhados para o hospital Elmíria Silvério Barbosa, que fica próxima da delegacia. A partir da suspeita, os suspeitos passaram a ser monitorados até que foi feito o flagrante na sexta-feira passada.

“Depois do flagrante não houve mais solicitações médicas”, comenta a delegada, completando que não são todas as 20 pessoas que estão detidas na delegacia que são suspeitas de envolvimento no esquema, apenas um grupo.

As investigações continuam para tentar descobrir quem escondia a droga e os celulares nos banheiros. Esta conduta do detento Humberto,  flagrado retirando maconha atrás do vaso sanitário, foi registrada na sua ficha disciplinar, o que pode prejudicá-lo quando for requerer algum benefício no sistema carcerário.

Segundo a direção do hospital Elmíria Silvério Barbosa, o flagrante ocorreu no banheiro da recepção, onde todos os pacientes aguardam o atendimento e existe um grande fluxo de pessoas, sendo impossível controlar o que é feito dentro do local.

A direção diz ainda que para coibir esse tipo de caso e outros problemas, a partir de março o hospital vai instalar um sistema de câmeras. Com informações do G-1.