Policial
Depoimentos sobre morte de menina em hospital começam nesta terça
Conforme o delegado, a intenção é ouvir também pacientes que testemunharam os atendimentos à Samilla
G1 MS
01 de Setembro de 2014 - 13:08
A
Polícia Civil deve começar a ouvir nesta terça-feira (2) funcionários da Santa
Casa de Cassilândia, a 437 km da capital sul-mato-grossense, onde a menina
Samilla Barbosa de Oliveira, de 5 anos, morreu após tomar medicação
venosa, no dia 23 de agosto.
O delegado responsável pela investigação, Alexandro Mendes de Araújo, disse ao site que
foram chamadas cerca de 20 pessoas para prestar depoimentos. "O hospital
nos enviou o relatório com servidores e pacientes que estavam nos dois dias
[que a menina ficou no hospital]. Chamamos os funcionários que tinham certa
relação com os fatos", explica a autoridade policial.
O hospital encaminhou a reportagem nota lamentando o ocorrido. Segundo a
unidade, os medicamentos utilizados são de uso rotineiro pelos hospitais e a
dose administrada estava dentro da recomendada em função do quadro clínico da
paciente. Os frascos foram entregues à polícia. As demais unidades do mesmo
lote foram usadas no fim de semana. A administração da Santa Casa abriu
procedimento para apurar o ocorrido.
Conforme o delegado, a intenção é ouvir também pacientes que testemunharam os
atendimentos à Samilla. "Precisamos saber como a equipe [clínica] se
comportou diante do quadro de agravamento da menina", fala.
Morte
A mãe da criança, a esteticista Alessandra Barbosa da Silva, de 35 anos, disse
ao site que a filha reclamou de dor de garganta na quinta-feira (21) e tomou
remédios em casa. No dia seguinda, vomitou, sentiu dores no abdômen,
dificuldade de respiração e foi levada para o hospital. Foi atendida pelo
médico plantonista e os exames, conforme Alessandra, indicaram alteração e
irritação na garganta.
No sábado, ainda na unidade de saúde, a menina foi atendida por pediatra, que receitou o antibiótico na veia. Segundo Alessandra, a filha não tinha febre e, antes de passar pelo especialista, comeu bolachas, pão de queijo, tomou chá de canela e pediu para não ficar internada.
Na
versão da esteticista, ao receber o medicamento, Samilla gritou de dor, ficou
amarela e foi levada para o setor de urgência. Houve tentativa de reanimação,
mas ela não reagiu.
Investigação
O caso é investigado pela Polícia Civil como morte a esclarecer. Amostras
de tecidos de órgãos da criança foram retirados para análises
laboratoriais.
De acordo com o perito médico legista Pedro Eurico Salgueiro, coordenador da
Unidade Regional de Perícia e Identificação, de Paranaíba, responsável por
atendimentos a Cassilândia, os exames vão mostrar o que aconteceu com os órgãos
da menina.
O resultado das análises dos tecidos, o exame necroscópico e as informações
clínicas sobre a criança vão determinar a causa da morte, que será divulgada em
laudo oficial.