Policial
Família acha que espancamento causou morte de adolescente internado em Unei
Os parentes buscam orientação jurídica para mover uma ação contra o Estado, já que o rapaz estava sob a responsabilidade do poder público.
Midiamax
02 de Agosto de 2011 - 15:20
Um recente caso de violência pode ter acontecido dentro de Unidade Educacional de Internação (Unei). Desta vez, a família do adolescente Elieverton Freire Viana, 16 anos, interno da Unidade Laranja Doce, em Dourados, suspeita que ele morreu depois de sofrer agressões físicas.
A mãe, Rosana Carolina Viana, afirma que, antes de falecer no Hospital da Vida, o filho havia sido internado, mas nenhum familiar foi comunicado. Os parentes buscam orientação jurídica para mover uma ação contra o Estado, já que o rapaz estava sob a responsabilidade do poder público.
Elieverson morreu no Hospital da Vida na madrugada de domingo, 31 de julho. A mãe garante que um agente ligou e se identificou como Fábio. O funcionário contou que o menor estava internado na unidade hospitalar e que o médico que o atendia solicitava a presença da família. Ele ligou era umas 3h da madrugada e por volta das 4h veio a notícia da morte, diz a mãe.
Familiares afirmam que o jovem havia sido levado a um posto de saúde e depois internado no Hospital Vida, porém em nenhuma destas circunstâncias, foram comunicados pela direção da Unei. A mãe garante que ficou sabendo da primeira internação do adolescente porque sua vizinha o viu e contou para ela, já na quinta-feira (28).
Eu bem que estava estranhando a falta de contato dele porque toda quinta eles têm o direito de ligar pra família, mas naquele dia não tinha feito isto. Foi graças à vizinha que fiquei sabendo de tudo, relata.
Ao saber da internação do filho, Rosana foi visitá-lo no Hospital Vida. Ele era escoltado por um agente da Unei, que permanecia no corredor. Rosana conta que ao chegar questionou se o rapaz havia se envolvido em alguma briga. Ele levantou a cabeça pra ver se o agente estava na sala e quando o viu no corredor, se abaixou e encheu o olho de água. Eu percebi que alguma coisa estava errada, mas ele ficava só calado quando eu perguntava, relata.
No sábado (30), a mãe ficou sabendo que o filho havia recebido alta médica e, mais uma vez, afirma que a família não foi comunicada. O rapaz passou mal novamente e foi levado de volta para a unidade hospitalar onde morreu por volta das 4h da manhã do domingo (4).
O médico disse que ele enfartou, mas na certidão de óbito diz que ele teve ruptura do baço, trauma abdominal fechado. Duvido que meu filho tenha se agredido a tal ponto de provocar isto nele mesmo. A gente acha que ele apanhou lá dentro, pondera.
Contato na Unei
A mãe do menor infrator, que estava cumprindo medida sócioeducativa por ter cometido um assalto à mão armada, afirma que viu Elieverton vivo na Unei há aproximadamente três semanas. Depois disto, ela foi impedida de visitá-lo porque está grávida de sete meses. Da última vez, não durou mais que cinco minutos porque eu fui lá levar o tio dele para fazer a carteirinha de visitante. Eu já não podia mais entrar. Eu senti ele bastante triste, perguntei o que era, mas ele não disse nada. Acho que é porque tinha agente perto e a assistente social, lembra.
Ainda de acordo com Rosana, o filho estava com uma faixa de pano enrolada em um dos braços. Ela disse que questionou o que era e ele disse que se tratava de um tumor, porém foi impedido de mostrar para a mãe por uma funcionária da Unei.
Orientação
Na tarde desta terça-feira Rosana vai depor na 2ª delegacia de Polícia Civil de Dourados. Depois disto sua intenção é ir até a Ordem dos Advogados na cidade e pedir auxílio sobre o caso da morte do filho. Uma primeira iniciativa na intenção de acionar o Estado já foi feita, que foi comunicar o caso à Promotoria da Infância do município. Dinheiro ou qualquer outra coisa não vai trazer meu filho de volta, mas isto não pode ficar assim, explica.




