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Policial

Gaeco pede prisão de Gilmar Olarte e de João Amorim

Eles são apontados como chefes de organização que teria financiado cassação de Bernal

Correio do Estado

29 de Setembro de 2015 - 08:05

O Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), por meio da Procuradoria-Geral de Justiça, pediu a prisão do prefeito afastado de Campo Grande, Gilmar Olarte, e do empresário João Amorim, acusados de chefiarem organização criminosa que supostamente teria financiado a cassação do mandato do prefeito Alcides Bernal (PP). Também consta no pedido o afastamento dos 17 vereadores que votaram, na época, pela cassação.

Os vereadores são: Vanderlei Cabeludo (PMDB), Carla Stephanini (PMDB), Edil Albuquerque (PMDB), Paulo Siufi ​ (PMDB), Coringa (PSD), Chiquinho Telles (PSD), Delei Pinheiro (PSD), Flávio César (PT do B), Eduardo Romero (PT do B), Otávio Trad (PT do B), Chocolate (PP), Jamal Salém (PR), João Rocha (PSDB), Airton Saraiva (DEM), Gilmar da Cruz (PRB), Carlão PSB) e Edson Shimabukuro (PTB).

Há rumores de que também há pedido de prisão para o empresário Carlos Naegele, que, segundo apurado pelo Gaeco, nas investigações, teria recebido propina de R$ 950 mil. A decisão de acolher ou não a solicitação está nas mãos do desembargador Luiz Claudio Bonassini da Silva que, até o fechamento desta reportagem, não havia despachado a respeito.

PEDIDO DE PRISÃO

Na fundamentação do pedido, o Gaeco, por intermédio do Ministério Público Estadual (MPE), teria destacado a necessidade da medida cautelar (prisão temporária) de Olarte e Amorim para a instrução do inquérito policial.

INVESTIGAÇÃO

O Gaeco investiga o esquema montado por João Amorim para comprar votos de vereadores no processo de cassação do mandato de Bernal. Ele teria ao lado do outro empresário, João Baird, bancado financeiramente vereadores para deposição de Bernal do cargo. Mas, ainda, não há nenhum pedido de prisão de Baird.

As interceptações telefônicas feitas pelo Gaeco e as compartilhadas pela Polícia Federal apontam para direção de complexo esquema de corrupção, tráfico de influência com objetivo de atender interesses na execução das grandes obras do município por meio de licitações fraudulentas e direcionadas para empresas de João Amorim.

A concretização do plano do empresário só era possível com a troca de prefeito, porque Bernal decidiu excluir as empresas ligadas à administração de Nelsinho Trad (na época do PMDB) para abrir caminho às firmas com quem tinha relacionamento.

O principal prejudicado com Bernal na prefeitura foi João Amorim. Com a certeza de perder muito dinheiro, o empreiteiro partiu pra cima quando a Câmara Municipal instaurou a CPI do Calote, resultando em Comissão Processante e, consequentemente, na cassação do mandato de Bernal. Ele teria chamado os vereadores para negociar o afastamento do prefeito. O Gaeco ainda não deve ter opinião formada sobre quantos milhões de reais foram gastos na compra de votos.

Mas a primeira medida do Gaeco, na Operação Coffee Break, foi afastar Mario Cesar (PMDB) da presidência da Câmara Municipal e suspender o seu mandato com autorização do Tribunal de Justiça até a conclusão das investigações. Além disso, levou coercitivamente (à força) nove.