Policial
Grávida de 5 meses perde gêmeos e denuncia negligência de hospital
Fundador e presidente da Associação há cinco anos, Valdemar Moraes, disse que pode ter havido ocultação de cadáver e a Justiça será acionada para verificar o caso
Campo Grande News
19 de Fevereiro de 2013 - 09:41
A família de Sabrina Marcelle Silva Oliveira, 19 anos, e a Associação de Vítimas de Erros Médicos denunciaram ao MPF (Ministério Público Federal) negligência em atendimento a jovem, no HU (Hospital Universitário), em Campo Grande.
Sabrina e a mãe, Leila, contam que a jovem passou mal no dia 21 de janeiro quando a gestação estava no quinto mês. Ela teve perda de líquido e foi atendida na unidade de saúde do bairro Aero Rancho e de lá foi transferida para o HU, cuja médica tratou o caso como infecção urinária e receitou pomada metronidazol.
A jovem seguiu a orientação médica e ao urinar no dia seguinte, voltou a passar mal e viu que a cabeça do feto estava para fora. Ela e a mãe voltaram para o HU, o atendimento foi feito pela mesma obstetra que constatou a morte do feto.
Quando a filha já estava em observação, tomando soro, a mãe estranhou a barriga ainda grande. Foi feito exame de toque e verificado que havia outro feto: a jovem estava grávida de gêmeos sem saber. Segundo ela, no primeiro exame só foi confirmado um bebê.
O ultrassom foi feito pela própria médica, que, segundo a família, havia recusado fazer o exame no primeiro atendimento, ainda no dia anterior. Ela disse que não tinha ninguém para fazer o exame e que ela não poderia fazer, fala Leila.
Além de confirmar a gravidez de gêmeos, o ultrassom constatou que o feto também não respirava e foi retirado. A família foi então orientada a deixar os fetos no hospital, para necropsia, e a buscar o laudo no dia 22 de fevereiro. De acordo com Leila, nem ela e nem a filha assinaram qualquer documento no hospital.
Agora, mãe, filha e a Associação de Erros Médicos dizem que a pomada prescrita pela médica é indicada somente até o terceiro mês de gestação e que não assinaram qualquer documento sobre os fetos. Diante disso, denunciaram o atendimento ao MPF e vão comunicar o caso também à Comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Elas querem poder enterrar os gêmeos.
Fundador e presidente da Associação há cinco anos, Valdemar Moraes, disse que pode ter havido ocultação de cadáver e a Justiça será acionada para verificar o caso. Ele também não descarta pedido de indenização. O HU apura o caso.