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Policial

Investigação do assassinato de Paulo Magalhães completa um mês em MS

As investigações correm em segredo de Justiça desde que a polícia pediu a quebra dos sigilos bancário e telefônico de algumas pessoas

G1 MS

26 de Julho de 2013 - 16:18

A investigação do assassinato do delegado aposentado Paulo Magalhães, em Campo Grande, completou um mês nesta sexta-feira (26). Até agora, nenhum suspeito foi preso e o titular da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios (DEH), Edilson dos Santos Silva, terá mais 30 dias para concluir o inquérito, prazo que pode ser prorrogado quantas vez for preciso.

O inquérito tem mais de 150 páginas. As investigações correm em segredo de Justiça desde que a polícia pediu a quebra dos sigilos bancário e telefônico de algumas pessoas investigadas. Pelo menos 30 testemunhas já prestaram depoimento no caso.

Segundo Silva, várias diligências foram feitas, algumas pessoas foram detidas para averiguação, mas ainda não é possível apontar um suspeito. Serão necessários novos laudos e mais tempo para continuar com as investigações.

 “O grande desafio é localizar os autores. Estamos empenhados em localizar as duas pessoas e outras pessoas que tenham participado daquela ação. Pedimos vários exames, alguns já foram juntados aos autos, que são os exames periciais, de corpo de delito, exame necroscópico. Essa fase já está mais ou menos organizada. Agora falta a localização desses autores, que é o principal objetivo dessa investigação nesse momento”, afirmou.

Paulo Magalhães, 57 anos, foi executado a tiros no dia 24 de junho, quase em frente à escola onde a filha dele estuda. Segundo a polícia, o crime foi cometido por dois homens em cima de uma moto. O garupa teria sido o autor dos disparos. Advogado e professor universitário, Magalhães era também presidente da Organização Não-Governamental (ONG) Brasil Verdade, criada por ele para denunciar casos de corrupção e irregularidades na administração pública.

A Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso do Sul (OAB/MS) acompanha o caso e recomenda que as investigações também levem em conta um dossiê feito pela vítima. De acordo com a OAB, o documento reúne denúncias contra autoridades de Mato Grosso do Sul. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) já tinha confirmado a existência do dossiê, porém, não revelou nomes das pessoas citadas no relatório.

Para Silva, há indícios de que houve crime de pistolagem. A prioridade, segundo ele, é identificar e prender os criminosos. Depois, ele vai analisar os relatórios. A polícia diz que o caso não vai ficar impune. Nessa quinta-feira (25), advogados, servidores públicos e estudantes fizeram uma manifestação em Campo Grande pelo fim da impunidade nos crimes de pistolagem. Os manifestantes também pediram mais rapidez nos processos do Poder Judiciário. O delegado não descarta a possibilidade de convocar para depor novamente parentes e amigos de Paulo Magalhães.