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Policial

Liderança de facção em MS coordenava crimes e fazia julgamentos pelo celular

A falta de eficiência em coibir suas ações no Estado fez com que o Gaeco solicitasse a transferência dele para um presídio federal, que tem regime de prisão mais rígido.

Correio do Estado

20 de Fevereiro de 2017 - 16:52

A partir de um celular, um preso da Penitenciária de Dourados realizava a coordenação dos crimes de tráfico de drogas, assassinatos, roubos, sequestros tanto em Mato Grosso do Sul como em outros estados do Brasil.

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) identificou que Francivaldo Rodrigues Lima, conhecido como Pantaneiro, tinha posição de comando mesmo estando recluso em Dourados. Ele foi apontado como um dos líderes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e seguia agindo atrás das grades.

A falta de eficiência em coibir suas ações no Estado fez com que o Gaeco solicitasse a transferência dele para um presídio federal, que tem regime de prisão mais rígido. A autorização depende de pedido do governo do Estado e autorização do Ministério da Justiça.

Apresentada a justificativa, houve autorização para levá-lo ao Presídio Federal de Porto Velho, em Rondônia, hoje pela manhã. Ele cumprirá a pena no chamado regime disciplinar diferenciado (RDD). A duração máxima dessa medida é de 360 dias. O réu terá cela individual, direito a visitas semanais de duas pessoas e apenas duas horas diárias de banho de sol.

“Cabia a ele a atribuição de cuidar da parte de disciplina dos demais integrantes da facção, com participação efetiva em 'julgamentos' da organização, determinando quais os tipos de 'pena' (exclusão, suspensão, agressões físicas e morte) que seriam aplicados aos faccionados que descumprem as ordens do comando geral", explicou a promotora de Justiça e coordenadora do Gaeco, Cristiane Mourão.

O MPE investiga o fato de que mortes que aconteceram dentro e fora dos presídios do Estado ano passado tiveram a participação de Lima. Ele atuava a partir do uso constante de celulares que entravam no Presídio de Dourados.

Francivaldo Rodrigues Lima responde a crimes como roubo majorado por porte de arma de fogo a uma empresa em Corumbá. Outros presos também foram transferidos, mas não houve divulgação dos nomes.