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Policial

Livre, PRF que matou empresário deixa cela para colocação de tornozeleira

A toalha que antes cobria a cabeça do PRF, foi colocada sobre as mãos para evitar que imagens dele algemado fossem feitas.

Correio do Estado

01 de Fevereiro de 2017 - 13:20

O policial rodoviário federal Ricardo Moon, de 47 anos, está livre. Ele deixou o Centro de Triagem na manhã desta quarta-feira e foi levado até o Patronato Penitenciário onde é feita a instalação da tornozeleira eletrônica - que ele deverá usar por seis meses. Ontem o juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri, Carlos Alberto Garcete de Almeida, concedeu liberdade provisória ao PRF acusado de matar o empresário Adriano Correia, de 33 anos, a tiros.

Moon deixou o Centro de Triagem algemado e com uma toalha na cabeça. Ele foi levado em uma viatura da Polícia Militar, chegou ao patronato por volta das 11 horas e deixou o local cerca de 30 minutos depois. A toalha que antes cobria a cabeça do PRF, foi colocada sobre as mãos para evitar que imagens dele algemado fossem feitas.

O procedimento de colocação da tornozeleira, que irá monitorar Moon nos próximos meses, durou pouco menos de 1 hora e ele deixou o local sem falar com a imprensa.

DECISÃO

O magistrado suspendeu o direito do PRF de portar arma de fogo até o julgamento final e ele precisará ficar recolhido em casa no período noturno. O horário estabelecido é das 22h às 6h durante os dias úteis. Ao finais de semana, ele poderá sair de casa aos sábados até 12h.

Também está proibido de deixar o país e precisará entregar seu passaporte a autoridades para evitar a fuga. O juiz determinou que o consulado da Coreia do Sul também seja comunicado da decisão.

Ricardo ainda ganhou o direito de voltar a trabalhar na PRF, mas só poderá exercer função burocrática e em Campo Grande.

O Pajero que o policial dirigia no dia do crime está apreendido e permanecerá com a Justiça para pagamento de custas e de indenização, caso seja condenado.

O PRF estava preso na sede da Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros (Garras) desde 5 de janeiro e hoje à tarde foi encaminhado para o Instituto de Medicina e Odontologia Legal (Imol) para realização de exames.

Ele foi encaminhado para o Centro de Triagem Anízio Lima (CT), no bairro Noroeste, e deve permanecer no local até que receba o alvará de soltura, o que deve acontecer depois das 19h de hoje. Ao entrar no CT, ele usava uma toalha no rosto para evitar ser fotografado e filmado pela imprensa que fazia plantão no local.

CRIME

Depois de recebida a denúncia, o juiz do caso acatou que Ricardo Moon vai responder pelo crime de homicídio, com a qualificadora de motivo fútil e uso de recurso que dificulta a defesa da vítima no caso da morte de Adriano Correia do Nascimento.

Com relação às outras duas pessoas atingidas pelos disparos, o PRF vai responder por tentativa de homicídio duplamente, acrescido de motivo fútil e dificuldade de defesa da vítima.

O magistrado não aceitou a denúncia do Ministério Público Estadual que também pedia pena para fraude processual.

O CASO

O empresário Adriano Correia do Nascimento foi morto por um policial rodoviário federal no dia 31 de dezembro, no Centro de Campo Grande.

A vítima foi atingida por cinco disparos, constatou a perícia. O crime aconteceu enquanto vítima e dois amigos retornavam de uma casa noturna onde foram comemorar aniversário.

Informações da perícia criminal apontam que Ricardo Moon teria disparado pelo menos sete vezes. O caso ocorreu na Avenida Presidente Ernesto Geisel, entre a Rua 26 de Agosto e a Avenida Fernando Corrêa da Costa, quase em frente à Capela da Pax Mundial.