Logomarca

Um jornal a serviço do MS. Desde 2007 | Quinta, 28 de Março de 2024

Policial

Na reintegração da posse de fazenda, PM prende 5 e apreende armas, droga e motocicleta roubada

Foram presos Idiomar Natalíci e Olívio Franco, além do terena Arcênio Duarte, da Aldeia Água Azul, por porte ilegal de arma.

Flávio Paes/Região News

28 de Agosto de 2014 - 07:41

No cumprimento de uma decisão judicial de reintegração de posse da Fazenda Água Clara, propriedade que fica na região reivindicada pelos terenas como parte da Reserva Buriti, a Polícia Militar prendeu três homens (um deles indígena); apreendeu dois menores, além de arma, munição, 600 gramas de maconha e uma motocicleta provavelmente roubada. A reintegração de posse não tem relação com o conflito indígena. Diz respeito à disputa judicial entre herdeiros que pretendem assumir a função de inventariante já que o dono da fazenda, Afrânio Pereira Martins, já faleceu.

Foram presos Idiomar Natalício e Olívio Franco e o terena Arcênio Duarte, da Aldeia Água Azul, por porte ilegal de arma. Advogados da FUNAI vieram em sua defesa e Arcênio foi colocado em liberdade com o pagamento da fiança. A prisão do terena provocou a imediata reação dos patrícios, com a mobilização de 20 índios que se concentraram em frente da delegacia.  

http://i.imgur.com/4Sn5ciq.jpgO clima ficou tenso porque surgiram versões de que o terena teria vítima de sequestro supostamente praticado por pistoleiros contratados pelos fazendeiros. O cacique Argeu Reginaldo garantiu a reportagem do Região News que “tudo não passava de uma armação para prejudicar a nossa causa”. Arcênio, que tem 33 anos “é um homem trabalhador e pacífico”, garantiu.

Segundo o delegado Enilton Pires Zalla esta versão de sequestro perpetrado por fazendeiros não corresponde à realidade. Na verdade Arcênio foi preso por policiais militares que foram à Fazenda Água Clara cumprir um mandado judicial de reintegração de posse.

Os policiais o encontraram quando se dirigia a propriedade. Conforme a versão terena revelada a policia, ele estava indo à Água Clara para avisar os fazendeiros de que o gado estava próximo da cerca e poderia escapar. Ele reconheceu que estava de posse de uma arma, da qual não tinha porte.

Momentos depois da prisão do terena Arcênio, a reportagem do Região News recebeu informações (desmentidas pelas lideranças indígenas que estiveram na delegacia) de que um grupo de terenas entrou na Fazenda Água Clara, pôs para correr os funcionários e teria ateado fogo na sede. Em julho de 2013 a propriedade chegou a ficar um dia ocupada pelos índios que saíram menos de 24 horas depois, após acordo com os advogados dos proprietários.