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Policial

Operação especial intensifica fiscalização nas fronteiras de MS

O motivo é o aumento do número de veículos durante o final de ano

Dourados News

29 de Dezembro de 2010 - 15:35

As rodovias e estradas de Mato Grosso do Sul estão mais protegidas. Uma operação especial do Departamento de Operações de Fronteira (DOF) colocou, desde o último dia 15, todos os policiais para fiscalizar áreas próximas ao Paraguai e Bolívia.
 

As férias de todo o efetivo do DOF foram suspensas e até o dia 14 de janeiro os trabalhos serão intensificados. O motivo é o aumento do número de veículos durante o final de ano.

As compras nos países vizinhos, grande atrativo da fronteira do Estado, explicam o movimento intenso na região. São mais automóveis a serem revistados, com mais objetos no interior, onde drogas e armas podem estar escondidas.

“Com o período de férias e o 13º salário, o fluxo de pessoas que querem comprar e presentear no Natal é muito grande. Por conta disso, todos do Departamento estão trabalhando, todas nossas forças voltadas para o período de fim de ano”, afirma o diretor do DOF, coronel Joel Martins dos Santos.

De acordo com Santos, além de combater os crimes mais comuns da região de fronteira, esta operação colabora ainda com o policiamento urbano, conjunto com outras Polícias, na segurança do comércio em geral, agências bancárias e à população. “Há mais dinheiro em circulação nessa época. Nossos esforços visam a criminalidade em geral”, diz.

Com cerca de 750 quilômetros de extensão, a fronteira seca de Mato Grosso do Sul é a porta de entrada do contrabando de drogas, armas, agrotóxicos e produtos piratas. “Além da vasta área, que facilita para o meliante, o aumento de veículos faz o desafio ser dobrado, porque dificulta o trabalho. Mas o DOF realiza fiscalização itinerante e o mais importante é que a maioria se concentra nas estradas vicinais, já que a Polícia Federal e Estadual já cobrem as rodovias maiores”, explica o coronel.

Agrotóxicos
Práticas de contrabando na fronteira do Estado com Paraguai e Bolívia incluem os agrotóxicos. Os produtos chegam a ser comercializados a um preço dez vezes mais barato que os fabricados no Brasil. Por não estar sujeito a testes, podem causar danos à saúde e ao meio ambiente.

Segundo o diretor do DOF, os produtores que vão ao Paraguai atraídos pelo baixo valor do agrotóxico adquirem um produto sem qualquer fiscalização ou controle, que pode até resolver o problema da lavoura, mas apresenta uma série de riscos à própria cultura, ao trabalhador e a quem consumir os alimentos cultivados.

A prática cresce a cada ano e os números mostram o aumento em comparação ao ano passado. Segundo dados da DOF, em 2009 foram apreendidos 117 quilos de fungicidas, enquanto que este ano, até o mês de novembro, já são 175 quilos, representando um acréscimo de 49%. Apenas 1 quilo de herbicida foi pego em 2009, contrastando com 260 quilos até o momento. Aumento considerável também entre os inseticidas, com 48 quilos apreendidos no ano anterior e registrando 389 quilos até último novembro – acréscimo de 710%.

Drogas, pneus e pirataria
Este ano a fiscalização mais intensa retirou das mãos de contrabandistas 36% a mais de maconha. Em 2009, cerca de 8,6 mil quilos foram apreendidos contra os 11,7 mil quilos confiscados até novembro último. Já os flagrantes com cocaína, haxixe e crack, sofreram redução.

Cerca de 36 mil CDs piratas também não alcançaram o destino final de venda em 2009. Até novembro deste ano, o número mais que dobrou. Já são 84,4 mil unidades apreendidas, o que representa um aumento de 134%. Entre os DVDs, expressivo acréscimo de 446%. Aproximadamente 51,5 mil unidades em 2009 contra 281 mil apreendidos só este ano.

Os pneus, apesar de permitido trocá-los nos países vizinhos e retornar ao Brasil com os mesmos rodando, no ano passado o DOF retirou de circulação 1.985 unidades de novos e seminovos. Até novembro deste ano, 8.799 unidades já foram apreendidas, o que indica acréscimo de 343%.

O DOF informa que há um trabalho de observação e controle para evitar exatamente que burlem a lei devido a permissão limitada. “Já detectamos algumas carretas e carros que faziam três, até quatro viagens em um curto espaço de tempo. Se descobrimos que o condutor está comprando pneus fora do País, retornando ao Brasil e realizando a compra novamente logo após trocá-los por outros usados, autuamos o condutor e encaminhamos o veículo à Receita Federal”, conta o coronel.