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Policial

Pais acusam escola de tentar abafar estupro de aluno por professor em Campo Grande

Entre os pais, a preocupação com o caso e a angústia por mais notícias. Mesmo assim, muitos deles acusaram a escola de tentar abafar o escândalo.

Midiamax

22 de Outubro de 2015 - 08:13

A saída dos alunos de um colégio municipal da Capital foi diferente na tarde desta quarta-feira (21). Não era o corre-corre dos alunos ansiosos para chegar em casa, mas o semblante preocupado de alguns pais e olhar desconfiado dos funcionários da escola que marcavam o fim do expediente. Na região sudoeste da Capital, a escola pode ter sido palco de mais um abuso infantil. A vítima é um menino de cinco anos de idade e o suspeito um professor de educação física contratado irregularmente.

Entre os pais, a preocupação com o caso e a angústia por mais notícias. Mesmo assim, muitos deles acusaram a escola de tentar abafar o escândalo.

Com dois netos estudando na escola, um com 9 anos e outro com 10, a pensionista Geian de Lima, de 62 anos, conta que ficou sabendo do caso hoje à tarde quando foi buscar os netos ficou tão assustada com o caso que até achou ser fofoca. “Nem tava sabendo de nada, quem me contou foi uma colega agora pouco. Quando ela começou a falar nem dei muita atenção, mas depois vi que o assunto era verdade e muito grave”, conta.

A pensionista disse que os netos moram com ela e que sempre conversou com eles sobre o assunto, mas nunca imaginou que pudesse aconteceu dentro da escola. “Sempre estou falando para os dois que se alguém chamar eles para qualquer lugar não é pra ir e nem pegar nada de ninguém, mas a gente nunca imagina que esse tipo de coisa vai acontecer dentro da escola”.

Com um filho de 5 anos, a mesma do menino que teria sido abusado, a manicure Jaqueline Martins disse que se sente de mãos atadas e depois de saber o que havia acontecido pela mídia foi conversar com a diretora da escola, mas não ficou satisfeita com o que ouviu. ”Tive a sensação que ela tá abafando o caso. Ela não explicou direito o que aconteceu ontem e não falou em que sala foi com a desculpa que tem que preservar a criança, mas eu sou mãe, tenho o direito de saber”, diz.

Sem resposta do que realmente aconteceu a manicure pensa até em mudar o filho de escola. “Como é que vou trazer meu filho aqui depois do que aconteceu? Como é que eu vou confiar agora? Pode até ficar mais longe pra eu mudar ele de escola, mas pra cá meu filho não volta”, conta revoltada.

Sentimento compartilhado pela dona de casa Erica Verônica Ferreira, que com os olhos cheio de lágrimas conta que sua filha, de também 5 anos, estuda na escola e não acredita que não vai conseguir levar novamente o filha lá . “Só tem dois prés a tarde, e minha filha tá no pré. Ela pode ser da mesma sala desse menino. Quem agora vai ter coragem de deixar um criança de 5 anos nessa escola?”, declara ela com a voz embargada.

Tentamos falar com a diretora da escola sobre as medidas que já teriam sido tomadas, ou sobre como a situação chegou ao extremo com um professor contratado irregularmente por uma professora contratada, mas ela informou que qualquer informação sobre o caso teria de ser obtida na Prefeitura de Campo Grande.