Polícia suspeita de falha humana no acidente que matou 4 pessoas em curtume

A Polícia Civil em Bataguassu (MS) suspeita de falha humana no descarregamento do agente à base de sulfidrato de sódio no curtume (lugar onde é feito o processamento de couro) da Marfrig, que matou quatro pessoas e intoxicou outras 28 na terça-feira. Ao ser depositado em um dos tanques da empresa, a substância sofreu uma reação química que deu origem a um gás tóxico. "Os depoimentos tomados até agora reforçam a tese de falha", disse o delegado Pedro Arlei Caravina.

A polícia já ouviu o motorista do caminhão que levava o agente redutor e dois funcionários do curtume --um técnico e um engenheiro de segurança. Segundo o delegado, ainda é cedo para apontar de quem teria sido a falha. A nota fiscal do produto indica que a substância descarregada era um agente à base de sulfidrato de sódio.

Amostras do tanque e do caminhão foram recolhidas para averiguar se a informação do documento está de acordo com o conteúdo do veículo e se o tanque usado era o destinado para aquele tipo de carga. Na próxima semana, a polícia vai ouvir outros funcionários. A polícia aguarda o resultado do exame que vai apontar qual substância reagiu com o sulfidrato de sódio.

Caso a hipótese de falha humana se confirme, o responsável poderá ser indiciado sob suspeita de homicídio culposo e lesão corporal. Segundo a Polícia Civil, a empresa fornecedora do agente redutor é a MK Química, que fez o carregamento no tanque da Marfrig.

O gerente administrativo da MK Química, Eider Kohler, disse que a empresa não comentaria o caso. Dos 28 funcionários intoxicados, 21 foram hospitalizados. Destes, três continuam internados na Santa Casa de Presidente Prudente, no interior paulista. Em nota, a assessoria do Grupo Marfrig informou que o curtume continua isolado e que as causas do acidente serão apuradas.