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Policial

Suposta lista do PCC com policiais de MS ‘marcados’ preocupa servidores

Policia Civil negou veracidade do documento.

Midiamax

26 de Novembro de 2016 - 07:50

A circulação de uma 'lista' com nomes e dados pessoais de policiais civis e militares supostamente marcados pela facção criminosa PCC espalhou pânico entre servidores da segurança pública de Mato Grosso do Sul. Imagens do 'documento', feito à mão e com tabela de detalhes dos profissionais, como dados de transferências e se têm filhos, circularam em redes sociais com a informação de que seriam 'marcados para morrer'.

No entanto, oficialmente, a Policia Civil negou a veracidade do documento. “Estão querendo tumultuar”, disse um servidor ligado à Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) ouvido pela reportagem do Jornal Midiamax. Segundo ele, os dados teriam sido garimpados de documentos públicos como o Diário Oficial, que lista as transferências, para dar 'veracidade'.

Mas, na tabela enviada à redação por leitores do jornal que são servidores públicos da segurança pública e atuam na atividade fim, aparecem detalhes pessoais como o nome dos policiais, estado civil, se possuem filhos, são casados e o suposto motivo da condenação por parte da facção e especificação de onde será feito o ‘serviço’.

“É claro que temos medo, todo mundo tem família. E o Estado só vai fazer alguma coisa quando alguém morrer”, desabafa um policial.

No começo da semana, um agente penitenciário procurado pela reportagem e ameaçado pelos presos revelou que, para se proteger e proteger a família, mudou a rotina, adquiriu uma pistola e anda sempre com cuidado redobrado.

Na lista, um dos muitos alvos é um soldado da Polícia Militar, divorciado, e está na relação porque “participou da operação que prendeu a carga de droga da organização num de prejuízo de 350 mil para a família”. A sentença poderia ser cumprida por ‘Geral do Estado’.

Outra servidora da Sejusp, também militar, apontada pela facção como ‘casada e mãe’, está na relação apenas porque é ‘PM fácil de pagar’, e a ordem está a cargo de ‘Geral do Interior’.

Outro policial, ‘pai e separado’, teria agredido dois ‘irmãos’, como são chamados os integrantes da facção, sendo que um deles estaria na cadeira de rodas e apanhou por ‘olhar’, a ordem de execução da sentença deve ser cumprida na Capital.

Até mesmo um policial que a quadrilha considerou ‘muito rígido’ e que teria solicitado transferência por não aceitar acordo com ‘adv’ (possivelmente um advogado do grupo) está na lista de marcados para morrer.

Na última terça-feira (22), o Ministério Público e a Policia Civil do Estado do São Paulo, deflagraram a Operação Ethos, que prendeu pelo menos 33 pessoas, a maioria advogados suspeitos de ligação com o PCC.

Entre os presos, estava inclusive um ex-agente penitenciário que deixou o cargo após se formar em direito para atuar na defesa de criminosos integrantes da facção.

A Sejusp foi procurada para comentar o assunto e informar quais medidas adotou para preservar a integridade física dos policiais e familiares, mas não retornou o contato até o fechamento da matéria.