Policial
TJ nega pela quinta vez liberdade para Jodimar que foi transferido
A jovem desapareceu em Campo Grande em maio de 2011 e foi encontrada morta em um canavial de Sidrolândia, da capital, 20 dias depois
G1 MS
14 de Março de 2012 - 07:52
A 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS) negou na última segunda-feira um novo pedido de liberdade para o enfermeiro Jodimar Ximenes Gomes, acusado de prática de aborto e ocultação do cadáver da jovem Marielly Barbosa Rodrigues. A jovem desapareceu em Campo Grande em maio de 2011 e foi encontrada morta em um canavial de Sidrolândia, da capital, 20 dias depois.
Segundo o advogado de Gomes, David Moura Olindo, essa foi a quinta vez que a Justiça negou liberdade ao seu cliente, somando os pedidos de liberdade, de revogação de prisão preventiva e habeas corpus, impetrados na Vara de Sidrolândia, no Tribunal de Justiça do estado e no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
O enfermeiro ficou há 8 meses no presídio de Sidrolândia, e há 20 dias ele foi transferido para o Instituto Penal de Campo Grande. Ele não deveria estar preso todo esse tempo e muito menos no Instituto Penal, o Presídio de Trânsito deveria ser o local para ele permanecer aguardando o resultado do processo, assegura David Moura. .
Última negativa
O habeas corpus negado nesta segunda foi impetrado pela defesa no dia 24 de janeiro. Na análise do pedido, os membros da Câmara Criminal acompanharam por unanimidade o parecer da relatora do processo, a desembargadora Marilza Lúcia Fortes, e negaram a liberdade ao acusado.
O advogado de Gomes adiantou deve entrar com um novo pedido de habeas corpus no STJ. Desta vez ele revela que deverá fundamentar o pedido na alegação de excesso de prazo na prisão do enfermeiro.
Outro acusado
Já o outro acusado de envolvimento no crime, o cunhado da vítima, Hugleice da Silva, responde ao processo em liberdade. Ele saiu da prisão no dia 19 de setembro, após o TJ-MS aceitar o pedido de habeas corpus impetrado pela defesa dele.
O advogado de Silva alegou que o acusado tem bons antecedentes, tem trabalho, se apresentou de forma espontânea a polícia após ter a prisão decretada e colaborou nas investigações.
O caso
Marielly desapareceu em Campo Grande no dia 21 de maio. O corpo dela foi encontrado em um canavial na cidade de Sidrolândia no dia 11 de junho. Antes disso, a família já havia iniciado campanha em busca da jovem. Na investigação, a Polícia Civil descobriu que a estudante morreu em decorrência de aborto malsucedido.
O cunhado de Marielly e o enfermeiro foram presos, suspeitos de envolvimento na morte da jovem. Inicialmente, Silva negou que tivesse qualquer relação com o caso, mas confessou que teve um relacionamento com a garota e que a levou para abortar em Sidrolândia.
Silva disse que pegou o telefone do enfermeiro com um caminhoneiro e marcou encontro na casa dele, em Sidrolândia. O cunhado de Marielly disse à polícia que Gomes contou que o procedimento deu errado e a jovem morreu. Os dois teriam levado o corpo para o canavial. Silva nega que seja o pai da criança que a cunhada esperava.
Mesmo com as confissões do cunhado, o enfermeiro nega participação no crime. O advogado do enfermeiro declara que as provas contra o cliente são frágeis e que as investigações precisavam tomar outro rumo para apontar a verdadeira causa da morte de Marielly.




