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Política

André prevê três candidatos ao Governo e espera ter o PSB na chapa majoritária

Ao contrário da polarização das eleições estaduais anteriores, a tendência é que PMDB e PT, desta vez, tenham que disputar a preferência do eleitoral com o PSDB.

Redaçao

18 de Agosto de 2013 - 22:14

O cenário eleitoral de 2014 que está se desenhando é de três candidatos  competitivos ao Governo do Estado. Ao contrário da polarização das eleições estaduais anteriores, a tendência é que PMDB e PT, desta vez, tenham que disputar a preferência do eleitoral com o PSDB. Os tucanos, porém, estão sendo fortemente assediados por petistas e peemedebistas.

O governador André  Puccinelli aposta neste cenário para quebrar o aparente favoritismo do  senador Delcidio do Amaral, pré-candidato petista. Na semana passada, o PMDB definiu o nome do ex-prefeito e atual secretário estadual de Articulação com os Municípios, Nelsinho Trad, para concorrer à sucessão do governador.  O governador quer atrair o PSB para a chapa majoritária. Tanto no lançamento do MS-Forte -3, chamou ao palco o prefeito de Dourados, Murilo Zauith, maior liderança socialista no Estado, se derretendo em elogios a Zauith .

Há dentro do PMDB e nos partidos aliados, uma certa desconfiança sobre o real interesse do governador André Puccinelli  de apoiar a candidatura de Nelsinho. O fato do ex-prefeito ter sido designado para uma secretaria sem poderes, quase virtual, enquanto Edson Giroto (derrotado na eleição de prefeito de Campo Grande), tem o status de supersecretário,  com poderes turbinados por estar pilotando o pacote bilionário de obras, reforça esta impressão de que em andamento a  fritura das pretensões de Trad. 

Setores mais próximos e influentes do Governador, se dividem entre a preferência pela vice-governador Simone Tebet e uma aliança com o PT para apoiar  Delcidio. Quem defende esta tese da reprodução no Estado do alinhamento que PMDB e PT tem na disputa presidencial é o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Jerson Domingos. Ele abraça esta tese,além de eventuais afinidades político-ideológicas a uma conveniência familiar: em Delcidio se elegendo governador, sua vaga no Senado seria ocupada por Pedro Chaves, que vem a ser, cunhado de Jerson.

 Outra dúvida é sobre a real disposição do governador de concluir mandato e ir para casa cuidar dos netos . Há quem acredite que André, com este discurso de aposentadoria em 31 de dezembro de 2014, só estaria  jogando uma cortina de fumaça sobre sua real intenção que é disputar uma vaga no Senado. Reforça esta suspeita, o cinematográfico lançamento na semana passada do bilionário pacote de obras no valor de R$ 3,6 bilhões.

  Em princípio, o que se desenha é um cenário semelhante ao da eleição de Campo Grande, no ano passado, só que com o PP no lugar do PT naquela disputa. Na Capital a pulverização de candituras acabou levando a disputa para o segundo turno, quebrando uma hegemonia de 20 anos do PMDB com a vitória do radialista Alcides Bernal,tido  no início da disputa como um azarão.   

 A  presença do PSDB como terceira opção na disputa pelo governo do Estado, porém, não é ainda um fato definitivo, na avaliação de políticos experientes, como o presidente regional do PDT, ex-conselheiro João Leite Schimidt. Para ele, faltam sinais mais claros de Reinaldo Azambuja de que realmente quer ser candidato a governador. “Azambuja tem de tomar alguma atitude”, afirmou o pedetista.

Por isso, Schimidt ainda considera mais plausível a possibilidade de “polarização” entre as candidaturas do petista Delcídio do Amaral e do peemedebista Nelsinho Trad. Indagado sobre qual deles o PDT pretende apoiar, o presidente pedetista declarou: “Agora que o PMDB através de seu líder maior lança o seu candidato. Antes disso, ninguém sabia se o partido teria candidato próprio ou se faria entendimento com o PT. O PDT tem de avaliar. Não tomamos posição nenhuma ainda”.

O comportamento do PDT, segundo ele, seria outro caso PT e PMDB caminhassem juntos em Mato Grosso do Sul, como já acontece no cenário nacional, contradição, aliás, definida pelo veterano articulador como uma daquelas “coisas inexplicáveis da política” e que a faz relativamente imprevisível. “Acho que, para nós, se houvesse junção do PT e PMDB iríamos buscar projeto alternativo”, revelou.

Mesmo os pré-candidatos do PT, senador Delcídio do Amaral, e do PMDB, Nelsinho Trad, ainda vêem a possibilidade de conquistar o apoio do PSDB, de Reinaldo Azambuja, para a eleição de 2014. Delcídio declarou que tem “conversado” com Azambuja em busca de um entendimento. “Vou buscar apoio do Reinaldo”, informou Nelsinho na quinta-feira.

Primeiro candidato definido, Delcídio, aliás, em buscando apoio de outros partidos há vários meses. Ele vem tentando fechar aliança com quatro partidos: PDT, PR, PSDB e PSD. Dois deles, porém, PDT e PR integram a base de apoio ao governador André Puccinelli e estão mais próximos hoje do PMDB.

O governador  quer  atrair o apoio do PSB, que pode indicar o candidato à vice. Na quinta-feira, durante o lançamento do pacote de obras, André não poupou elogios a Murilo Zauith, prefeito de Dourados, principal liderança do partido no Estado.

Candidaturas nanicas

Em razão de a eleição ser realizada no Estado inteiro, com campanha nos 79 municípios, poucos partidos têm estrutura para lançar candidatos à sucessão do governador André Puccinelli. Legendas pequenas, porém, sem um compromisso de resultado, tendem a lançar candidatos para firmarem-se no cenário político e até mesmo abrir espaço para os candidatos proporcionais (deputados estaduais e federais). Além disso, muitas siglas minúsculas querem divulgar sua ideologia.

O novo partido que está sendo articulado pela ex-ministra Marina Silva, o Rede Sustentabilidade, já está sendo com pedido de registro da Comissão Provisória Estadual protocolado no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Mato Grosso do Sul. A nova legenda ainda enfrenta problemas de validação de assinaturas para conseguir o registro nacional. Caso consiga o registro, vai estudar a possibilidade de lançar candidato a governador.

PSOL e PSTU também estão entre os partidos ideológicos que querem marcar posição política e tendem a lançar candidato à sucessão estadual.  O PSTU, por exemplo, tem insistido sempre com Suel Ferranti, tanto nas disputas pela prefeitura de Campo Grande quanto do governo do Estado.

Eleições passadas

A eleição para o governo do Estado em 2010 quando o governador foi reeleito houve apenas três candidatos. Ele próprio, o ex-governador Zeca do PT e o comerciante Nei Braga (PSOL). A disputa com candidato à reeleição inibe a participação de outros candidatos, especialmente quando a avaliação popular do governo é de grande aprovação.

Eleição mais similar com a situação que será encontrada em 2014 é o pleito realizado em 2006. Naquele pleito, seis disputaram o governo do Estado:  André Puccinelli (PMDB), Delcídio do Amaral (PT), Carlos Alberto Dutra (PSOL), Elizeu Amarilha (PSC) e Tito Lívio Canton (PV), cujo registro de candidatura acabou sendo negado.

Confira a reportagem  do Região  News sobre a sucessão estadual. Entrevistamos as principais lideranças do PMDB envolvidas neste processo.