Política
Após um mês de ameaça a bomba, governo e polícia civil ignoram assunto e culpados
O tucano chegou a dizer que acreditava que o artefato havia sido colocado após a cerimônia apenas para intimidá-lo
Midiamax
02 de Fevereiro de 2015 - 15:19
A notícia ganhou destaque nacional e assustou funcionários que fizeram a limpeza do Centro de Convenções Rubens Gil de Camilo, após a cerimônia de posse do governador Reinaldo Azambuja (PSDB). Um artefato encontrado sob o assento do tucano passou de uma bomba com considerável poder destruição, com pregos e pólvora, a liberador de calor e fumaça.
Por meio de sua assessoria, Reinaldo Azambuja informou que não irá se posicionar oficialmente sobre o assunto. O tucano chegou a dizer que acreditava que o artefato havia sido colocado após a cerimônia apenas para intimidá-lo.
Já o novo titular do Garras (Grupo Armado de Repressão a Roubos a banco, Assaltos e Sequestros), Edilson dos Santos Silva, responsável pelas investigações, informou que ainda não prazo para conclusão do inquérito, que poderá ser prorrogado por mais 30 dias. Ele não deu informações sobre o caso.
Questionado se haveria necessidade de prorrogação, o delegado esquivou-se. Se for necessário, sim, disse. Edilson também não sabe quando o vence o primeiro prazo para conclusão das investigações. Não sei, porque não está comigo, está no cartório, preciso olhar lá, limitou-se.
Na última semana, a Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública) revelou um laudo feito pelo IALF (Instituto de Análises Laboratoriais Forenses), que apontava que as substâncias explosivas encontradas no artefato foram enxofre e pólvora negra, que possuem menor velocidade de reação.
Logo após ser encontrado, o artefato foi deflagrado por integrantes do Bope (Batalhão de Operações Especiais) da Polícia Militar. A explosão foi acompanhada por agentes do Garras e membros da segurança pessoal de Reinaldo Azambuja.
Além de pólvora, as informações preliminares revelaram que a bomba foi feita por alguém com um mínimo conhecimento técnico, e que ela estava envolta e pregos, usados para ampliar o centro de ação e poder de destruição.
O laudo divulgado pela Sejusp foi emitido pela Coordenadoria Geral de Perícias, que constatou que a queima destes materiais (enxofre e pólvora negra) em ambientes abertos é feita de forma bastante rápida, produzindo a deflagração e desenvolvendo grande quantidade de calor e fumaça, mas não ondas de choque expressivas, o que diverge da opinião de especialistas ouvidos pela reportagem, que apontaram ainda que devido à complexidade do dispositivo de acionamento, o artefato não teria sido feito por amadores.




