Política
Campos e Marina acenam com passe livre, mas não dizem como implantá-lo
A defesa da proposta foi feita na sabatina promovida por UOL, Folha, SBT e Jovem Pan com Campos e em entrevistas após o encontro.
UOL
15 de Julho de 2014 - 15:19
O candidato à Presidência Eduardo Campos (PSB) e sua vice, Marina Silva, voltaram a defender nesta terça-feira (15) a proposta de passe livre, mas se esquivaram quando questionados sobre como viabilizar e financiar a medida, caso sejam eleitos. A defesa da proposta foi feita na sabatina promovida por UOL, Folha, SBT e Jovem Pan com Campos e em entrevistas após o encontro.
"Essa é uma questão das prefeituras e dos Estados, mas o governo federal, sob a nossa liderança, terá solidariedade das prefeituras e com os governos estaduais para a implantação do passe livre. Agora, o detalhamento disso estará no programa do governo", tergiversou Campos, após a sabatina.
"Essa proposta está em discussão. Já temos a decisão política de que vamos adotar o passe livre e os nossos técnicos estão buscando as fontes e as formas de como isso vai acontecer", disse Marina.
A tarifa zero foi uma das demandas que emergiram dos protestos de junho de 2013. O MPL (Movimento Passe Livre), que iniciou os protestos naquela época, no entanto, é contrário ao passe livre só para estudantes e defende a gratuidade para todos.
O apoio ao do passe livre para estudantes foi feito pela primeira vez por Campos durante encontro com alunos de escolas públicas e privadas de São Paulo ontem (14). Hoje, Campos e Marina admitiram que a chapa não possui uma proposta clara de como concretizar a medida porque a questão ainda está sendo estudada pela campanha.
Ambos se justificaram dizendo que quem trouxe a público a proposta da chapa não foram eles, e sim a imprensa, que vazou o conteúdo do encontro com os estudantes, que era interno. No entanto, durante a sabatina, o próprio Campos citou a proposta, mesmo sem ter sido questionado sobre o tema pelos entrevistadores.
A afirmação foi feita enquanto Campos dirigia ataques ao governo de Dilma Rousseff. O candidato socialista afirmou que, entre baixar juros de empréstimos de bancos públicos para empresários e adotar o passe livre para o "estudante da periferia", ficaria sempre com a segunda opção.
"Não sei como essa proposta saiu, não sei se alguém de vocês estava lá na condição de estudante. Estávamos fazendo um programa, com uma série de alunos, em que a gente tratou desse assunto em uma pergunta de um estudante. E eu reafirmo que eu disse lá. Não era exatamente pra sair [a informação] de ontem pra hoje, nem de hoje pra amanhã, era pra sair mais pra frente, mas eu e Marina temos o compromisso com a tese do passe livre", afirmou Campos.
Questionada sobre porque não divulgar a proposta após a definição sobre as fontes de financiamento, Marina disse: "Era isso que iriamos fazer se, numa gravação que fizemos interna, não tivesse vazado a informação. Não fomos nós que colocamos a informação antes do tempo."




