Política
Com pressão da comunidade cristã, prefeito tenta saída para retirar do plano de educação ideologia de gênero
Como o projeto foi proposta pelo próprio Executivo, em princípio, não haveria como o prefeito recorrer ao veto ao artigo que faz alusão a ideologia de gênero.
Flávio Paes/Região News
23 de Junho de 2015 - 08:21
A Prefeitura de Sidrolândia vai buscar uma forma legal para retirar do Plano Municipal de Educação (PME) qualquer alusão a ideologia de gênero nas escolas e centros de educação infantil, onde são atendidas crianças a partir de seis meses de idade. Embora a Câmara tenha se limitado a aprovar, por 8 votos a 4, a proposta enviada pelo Legislativo, o prefeito Ari Basso, diante da pressão da comunidade cristã (evangélicos e católicos) pretende se reunir com os vereadores na busca de uma saída para o impasse.
O prefeito deve enfrentar a resistência do presidente da Câmara, David Olindo, que embora não tenha votado, só vota em desempate, manifestou-se de forma favorável, rejeitou de forma até autoritária a proposta de adiamento da votação, sendo por isto vaiado por manifestantes que foram acompanhar a sessão.
Como o projeto foi proposta pelo próprio Executivo, em princípio, não haveria como o prefeito recorrer ao veto ao artigo que faz alusão a relação de gênero. Como se trata de um projeto de lei (e não de lei complementar) não é necessário deliberar em segunda votação, quando seria possível apresentar uma emenda supressiva.
Diante destas dificuldades, apontadas numa reunião ontem
à noite, quando o prefeito se reuniu com o vereador Nélio Paim e representantes
da comunidade cristã, vai se tentar um amplo entendimento para resolver o
impasse. Para o vereador Nélio Paim, um dos quatro que votaram pela rejeição da
proposta, ideologia de gênero foi retirada do plano nacional (por decisão da
Câmara Federal) e câmaras de diversas cidades do país, inclusive São Paulo,
acompanharam esta decisão.
Eu tentei explicar desde o início da sessão que a questão não era meramente sobre orientação sexual ou preconceito. A ideologia de gênero é mais complexa, vai contra os valores da família principalmente cristã. A vereadora Rosangela Rodrigues, que foi favorável ao projeto, garante que a expressão, gênero, mencionada em artigos da proposta, não diz respeito à opção sexual, mas a questões comportamentais, a garantia de direitos.
A polêmica
A ideologia de gênero consiste basicamente na adoção de propostas pedagógicas com conteúdo sobre sexualidade, diversidade quanto à orientação sexual, relações de gênero e identidade de gênero. Na rotina das escolas, isto significa que o aluno, mas também o funcionário e o professor podem invocar sua orientação sexual, para usar, por exemplo, o banheiro feminino (se for travesti) e usar o seu nome social, ou de "guerra", ao invés do que está no seu registro de nascimento.




