David pede apoio de vereadores para exonerar assessor do 1º secretário que teria feito denúncia

O presidente da Câmara Municipal, David Olindo, se reuniu com os vereadores para pedir o respaldo dos colegas à exoneração de Wellison Muchiutti, assessor do 1º secretário, Nélio Saraiva Paim (PR). Curiosamente, os parlamentares que fazem parte da Mesa Diretora não participaram da agenda.

A demissão seria uma represália porque Amarelo (como é conhecido) teria ido a Campo Grande ano passado, quando não era funcionário da Câmara, denunciar no Ministério Público uma suposta “farra” no pagamento de diárias aos vereadores. A denúncia originou o procedimento preliminar da promotora Daniela Zampieri Borghetti de Oliveira, que encaminhou pedido de informações ao Legislativo.

Em 2014, a Câmara gastou R$ 193 mil com o pagamento de diárias. Os vereadores ficaram surpresos com a atitude do presidente que adotou até aqui, um estilo de gestão centralizadora, bem diferente da promessa feita em campanha de uma administração parlamentarista, compartilhada entre os colegas do Legislativo.

“Como o presidente avocou para si todas as decisões, inclusive as contratações, cabe a ele também assumir o ônus de exonerar na hora que julgar conveniente”, comenta o vereador Edno Ribas que também considerou no “mínimo estranho”, que o presidente não tenha manifestado ao 1º secretário a intenção de demitir Amarelo.

“Quem apadrinhou sua nomeação foi exatamente o vereador Nélio Paim, formalmente, o gestor de pessoal da Casa”, argumenta. Para o representante pedetista, não tem cabimento demitir Amarelo por uma atitude que ele tomou (caso se confirme a tese de David) quando não era funcionário da Câmara.

“Além do que, não vejo nenhum problema prestar esclarecimentos ao Ministério Público sobre o pagamento de diárias. Este é um procedimento com respaldo legal, não temos nada a temer”, pontua. Por telefone, Wellison Muchiutti negou ao RN que tenha feito qualquer denúncia envolvendo a Câmara, mesmo antes de ingressar na vida pública.

“Estou sem entender o real motivo de citarem meu nome nesta reunião. Tenho cumprido com minhas obrigações na Câmara. Vou me reunir com o vereador Nélio Paim para saber a fundo de onde partiu esta afirmação”, comenta. O primeiro secretário disse à reportagem que não tem conhecimento do envolvimento de seu assessor com denúncias ao Ministério Público.