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Política

Especulação: Enelvo pode anunciar nesta segunda-feira que vai deixar cargo na Prefeitura

Logo após a Câmara aprovar em primeira votação o projeto de lei que institui a ficha limpa, Enelvo chegou a comentar que estava na iminência de deixar o cargo.

Flávio Paes/Região News

29 de Setembro de 2013 - 21:04

O ex-prefeito Enelvo Felini  esta se despedindo das funções de coordenador da administração municipal que exerce desde março. Sai da Prefeitura de Sidrolândia para atuar na coordenação da pré-campanha do deputado federal Reinaldo Azambuja, cotado para concorrer à vaga no Senado, mas que não descarta a possibilidade de se aventurar na disputa pelo Governo do Estado.  

A especulação sobre a saída de Enelvo, que não é nova, ressurgiu com força neste último final de semana a partir do agendamento de uma entrevista coletiva do ex-prefeito para esta segunda-feira às 9 horas. Oficialmente não foi anunciado o tema da coletiva, mas os meios políticos apostam que a entrevista será para que Enelvo comunique que está deixando a Prefeitura.

Na semana passada, logo após a Câmara aprovar em primeira votação o projeto de lei do vereador Mauricio Anache (PSDB) que institui a ficha limpa no âmbito municipal, Enelvo chegou a comentar com um vereador tucano que estava na iminência de deixar o cargo. A partir da promulgação da emenda (passará ainda por uma segunda votação), em tese, Enelvo não poderia continuar no cargo por  estar inelegível por 8 anos, após a decisão do Tribunal Superior Eleitoral que impugnou o registro da sua candidatura a prefeito.

Se administrativamente Enelvo desempenha uma função estratégica no Governo Ari Basso,  esta desenvoltura tem rendido ao prefeito dificuldades no relacionamento com os vereadores da base aliada. Os tucanos Mauricio Anache e Marcos Roberto, por exemplo, criticam publicamente a atuação do ex-prefeito a quem  atribuem o não atendimento das suas reivindicações e propostas  junto ao Executivo.

Ambos devem deixar  o PSDB para ingressar junto com os colegas Jurandir Cândido, do PMDB  e David Olindo,  do PR, no recém-criado Partido da Solidariedade (o PROS). Na análise de um tucano influente, chegou a hora de o ex-prefeito sair de cena  até para ele se livrar do desgaste político que vem absorvendo, em muitos casos de forma injusta.

“Todas as medidas de ajuste da máquina (demissão de funcionários, corte  de gratificações, redução do bolsa universitário, o fechamento do posto central depois de meia-noite),são algumas das decisões impopulares atribuídas ao secretário de Governo. A decisão de fechar o posto de saúde central na madrugada, por exemplo, foi tomada pelo próprio prefeito, sem nenhuma participação de Enelvo que na ocasião nem estava na cidade”, justifica o tucano que preferiu não ter o nome revelado.

Que Enelvo tem experiência e competência administrativa, ninguém coloca em dúvida. Provavelmente, sem a ajuda  dele, o prefeito, que não era familiarizado com a máquina administrativa, teria muitas dificuldades para tocar a gestão. “Acho que o senhor Ari já tem a máquina na mão e chegou a hora dele assumir as rédeas e dar o tom do seu Governo. Com isto, boa parte dos problemas políticos que enfrentou até aqui serão superados de forma tranquila”, avalia o mencionado tucano.

O fato é que a classe política não aceita Enelvo como interlocutor das suas demandas na Prefeitura. Prefere conversar diretamente com o prefeito. Apesar da leitura política que se faz desde encontro entre o ex-prefeito com a imprensa, não sabe ao certo, quais as razões ou se fato Enelvo vai deixar o governo.