Marcão dispara metralhadora giratória contra colegas vereadores e os acusa de terem feito campanhas milionárias

Depois de pedir “perdão” ao prefeito Ari Basso pelas críticas que fez à administração municipal, no seu discurso na volta do recesso parlamentar na segunda-feira passada (15), o vereador Marcos Roberto (PSDB), pelo visto agora resolveu mirar sua metralhadora giratória de críticas em direção aos seus próprios colegas de parlamento, inclusive o presidente da Câmara, David Olindo (PDT), a quem já definiu como "gênio" e o escolheu como tutor político.

Marcão, em conversa gravada na manhã desta sexta-feira com um comerciante, disse que David, Ilson Peres e Edno Ribas, gastaram fortunas para se eleger com o propósito de se cacifar politicamente para tirar vantagens que só o exercício do mandato confere.

Se colocando como uma honrosa exceção do jogo do poder, em tom acusatório, Marcão insinua que o vereador David Olindo, gastou R$ 300 mil para ser eleito não exatamente para defender os interesses do povo, mas "ter força junto ao poder". Lançou a mesma sombra das motivações de Edno Ribas, que na avaliação do vereador, seria o porta-voz dos interesses do diretor-geral do Detran, Gerson Claro. Gerson teria investido R$ 200 mil para garantir a Ribas uma das 13 vagas na Câmara. “Não é à toa que hoje ele (Gerson) comanda o quarto maior orçamento do Estado”.

Também mereceu referências de Marcos Roberto, o vereador Ilson Peres, que pelas suas contas, teria investido R$ 200 mil para ser vereador. Em relação a Waldemar Acosta, Marcão garantiu que é um dos sócios do site Região News.

Os valores mencionados por Marcão (sobre os gastos de campanha dos três vereadores) são bem diferentes do que eles declararam à Justiça Eleitoral. David apresentou prestação de contas de despesas no valor de R$ 7.478,22; Peres, de R$ 32.175,40 e Edno Ribas, R$ 11.377,02.

O vereador que se elegeu com o apoio decisivo do PSDB, neste seu primeiro mandato, tem se caracterizado por constantes mudanças de posicionamento político. Migrou do ninho tucano para uma passagem relâmpago pelo PROS; se abrigou no Solidariedade, onde tornou-se um ácido crítico do prefeito Ari Basso, para em seguida retornar ao ninho tucano, desta vez, como um fã incondicional do prefeito, ao ponto de lhe pedir perdão.