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Política

Marquinhos Trad anuncia apoio a Reinaldo e diz que André sempre “foi Delcidio debaixo do pano

Na opinião do parlamentar “o PMDB de André é o PMDB do Sarney, do Renan Calheiros e Jader Barbalho”.

Flávio Paes/Região News

07 de Outubro de 2014 - 14:14

Se antecipando a decisão do PMDB, o deputado Marquinhos Trad anunciou apoio à candidatura ao Governo do deputado Reinaldo Azambuja e acusou o governador André Puccinelli ter traído seu irmão Nelson Trad, candidato derrotado ao Governo. “Ele  sempre foi Delcidio por debaixo dos panos. Para onde ele vai está escrito desde o primeiro turno, afinal de contas, o PMDB tem um presidente, mas quem manda é o governador, e desde o início a posição do governador, por mais que ele negue, é que ele se esconda e ande nas trevas, ele apoiou o Delcídio”, afirmou Marquinhos.

Na opinião do parlamentar “o PMDB de André é o PMDB do Sarney, do Renan Calheiros e Jader Barbalho”, garantindo que o partido em Mato Grosso do Sul é comandado por apenas uma pessoa. Segundo o deputado, Puccinelli teria se reunido com o senador Delcídio do Amaral (PT), que concorre ao governo do Estado.

“O que me estranha é essa dúvida ainda, até mesmo da imprensa, sobre para que lado o André vai, ele sempre faz essa cena, ele sempre fica com um pé lá e outro cá, mas todo o staff dele traiu, desde em Três Lagoas, é só olhar como foi a votação do candidato do PT e o do PMDB. O povo já conhece, sabe muito bem, ele diz que está com um, mas está com outro, e aí ele vai dizer que não pode interferir, que cada um vota como quer, mas debaixo do pano, todo mundo sabe que ele sempre foi Delcídio. É uma pena”, afirmou.

Fabio Trad

Sobre a não reeleição de seu irmão, o deputado federal Fabio Trad, Marquinhos afirmou que o partido fez uma espécie de chapa pura com três candidatos escolhidos por Puccinelli, e que conquistaram as vagas para a Câmara Federal. “Era o Marun, o Geraldo Resende e a Teresa Cristina, e o Fábio era o candidato da família Trad, e todos sabemos, por mais que digam que não, do distanciamento e a maneira do PMDB de Mato Grosso do Sul, principalmente, na pessoa do governador, em atingir os membros da nossa família, e eu não sei por que, porque sempre fomos leais”, desabafou Marquinhos.

Ouça entrevista


“Eles conseguiram retirar o mandato de um menino correto, decente, que é Ficha Limpa e que não respondeu a nenhum processo de improbidade ou peculato”, disse. “Ninguém pode dizer que o André e o seu staff traiu a gente, porque desde o início, ele deixou claro a sua posição, porque ele não queria nem eu, o Fábio ou o Nelsinho, e a gente não tinha alternativa. Eu tinha que ir para a reeleição, o Fábio também, e o Nelson para não sucumbir o partido inteiro, ele se colocou nessa posição até como um candidato que o PMDB tinha que ter”, afirmou.

PMDB do André

Em outro momento da entrevista, o deputado estadual, afirmou que o governador impôs a sua vontade. “Da mesma maneira como ele impôs o Giroto, goela abaixo, e da mesma maneira que queria impor a Dilma, e a gente quis o Eduardo Campos. É difícil fazer política em um partido onde as pessoas impõem as decisões, o PMDB do André, é o PMDB do Sarney, do Renan Calheiros, do Barbalho, e é diferente do nosso partido”, desabafou.

Trad também afirmou que o governador manipulou e articulou ações para que Fábio Trad não se reelegesse, assim como tentou retirar seu mandato de deputado estadual. Após o desabafo, Marquinhos disse que a família Trad vai continuar agindo segundo o ensinamento de seu pai, o advogado Nelson Trad.

“Da mesma maneira como meu pai sempre ensinou para ele, para mim e para o Nelsinho, somos traídos mas não seremos traidores. Sustentamos até o final o nome da Simone, sustentamos tudo aquilo que dentro do partido nós podíamos fazer, nós fizemos sim, mas infelizmente, por não comungar com o mesmo pensamento do governador, estamos nessa condição”, disse.

Para o deputado, está na hora do governador se afastar da vida pública. “O Mato Grosso do Sul já começa a conhecer a forma de pensar e agir do governador”, disse.

Mudança de partido:

Sobre uma possível mudança de legenda, Marquinhos disse que o maior temor de Puccinelli é que ele saia para concorrer à prefeitura em 2016. “Ele nem cogita essa hipótese, e dentro do PMDB eu jamais vou ser indicado por ele ou pelo partido, porque ele vai dizer: “eu não vou influenciar, que vou sair da vida pública, eu vou cuidar dos meus netos”, mas é tudo mentira, por debaixo ele é o grande manipulador, e ele é quem determina, que põe as regras, pode ver essa reunião de hoje no partido ele vai falar que não vai se meter, como sempre fez, ele nunca tomou parte, nunca teve posição, infelizmente”, disse.

O deputado afirmou que se, hoje, optar deixar o partido, não seria dado a ele a liberdade de mudar de partido. “É capaz dele até mesmo influenciar poderes para me tomar meu mandato, então, eu vou esperar o momento certo para ver minha mudança de partido que infelizmente pertence a uma pessoa e os demais são comandados por essa pessoa, infelizmente, não tem democracia ali dentro”, finaliza.