Política
Medidas para reequilibrar contas vão continuar, diz Dilma
Dilma também falou dos objetivos de ampliar e fazer esforços para manter os principais programas do governo em funcionamento
FOLHAPRESS
22 de Julho de 2015 - 14:37
Após decidir pela redução da meta fiscal e por um novo corte de gastos, a presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta (22) que o governo vai continuar adotando medidas para garantir o reequilíbrio das contas públicas, a retomada do crescimento e a expansão da classe média.
"Sem dúvida estamos em um ano de travessia e também de novas possibilidades. Estamos atualizando as bases da nossa economia e vamos voltar a crescer dentro do nosso potencial", disse, durante discurso de inauguração de uma fábrica de etanol de segunda geração em Piracicaba, no interior paulista.
No mesmo dia em que o governo apresenta no Tribunal de Contas da União sua defesa sobre as "pedaladas fiscais", a petista disse que o reequilíbrio das contas é "parte essencial para que a economia se recupere, na tentativa de garantir a atividade econômica e o ambiente de negócios mais amigável."
Dilma também falou dos objetivos de ampliar e fazer esforços para manter os principais programas do governo em funcionamento, como o Minha Casa, Minha Vida.
PROPOSTA
A presidente também afirmou que o país levará uma proposta e um compromisso à COP21, conferência sobre o clima que acontece no final do ano em Paris, na França, que poderá ampliar a demanda mundial pelo etanol.
Ela citou seu último encontro com o presidente dos EUA, Barack Obama, onde foi firmado um acordo entre os países de aumentar a presença de combustíveis sustentáveis na matriz energética para 20% até 2030.
"A intenção é tornar a matriz de combustível mais sustentável. Sem sombra de dúvidas, a produção comercial de etanol de segunda geração tem papel central nessa questão", afirmou, ao relembrar as discussões ocorridas nos EUA.
A petista também afirmou a representantes do setor sucroenergético reunido na cerimônia de que o país vai continuar a investir na produção de etanol e na geração de energia a partir da cana-de-açúcar. Foi aplaudida pelos presentes.
E fez questão de dizer que não há competição entre a produção do pré-sal e do etanol de primeira e segunda geração. "Aqui [em Piracicaba] tem empresas que atuam dos dois lados", disse, em referência à Shell e à Cosan, que formam a Raízen.
Ela disse que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) junto com o Finep (financiadora de estudos e projetos do governo federal) têm uma carteira de R$ 4 bilhões para investimentos e pesquisas na área.
A presidente não deu entrevistas no evento. Ela estava acompanhada dos ministros Eduardo Braga, de Minas e nergia, e Edinho Silva, da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.
ELOGIOS
A fábrica de etanol da Raízen inaugurada contou com investimento de R$ 237 milhões, sendo R$ 207,7 milhões de financiamento do BNDES. A unidade, de acordo com a empresa, tem capacidade para produzir 42 milhões de litros de etanol de segunda geração por ano.
Rubens Ometto, empresário do setor e um dos sócios na empresa, fez uma defesa ao banco, criticado por supostos favorecimentos, e agradeceu o financiamento obtido para o empreendimento.
"O BNDES é um dos melhores bancos do mundo, que conta com um quadro sério e competente de funcionários e que incentiva sem levar em conta conotações políticas. Sem o BNDES, esse empreendimento não seria viável", afirmou. Ele também fez elogios à presidente Dilma Rousseff.