Logomarca

Um jornal a serviço do MS. Desde 2007 | Quinta, 28 de Março de 2024

Política

Ministro diz a líderes para encararem impeachment sem obstruir processo

Intenção é acelerar decisão para que Dilma não fique em "suspeição". Berzoini vai articular defesa da presidente com líderes da base aliada.

G1

03 de Dezembro de 2015 - 14:27

Em reunião nesta quinta-feira (3) no Palácio do Planalto, líderes da base aliada ouviram do ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, que a orientação é enfrentar o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff sem manobras para postergar as investigações.

Segundo deputados ouvidos pelo site, a avaliação é de que é melhor para o governo “resolver logo” o processo, para que Dilma não fique em situação de “suspeição”.

A abertura de processo que pede o afastamento da petista foi anunciada nesta quarta (2) pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Na tarde desta quinta (3), ele anunciou aos líderes como será a divisão por partido das vagas na comissão especial que será criada para elaborar parecer sobre a continuidade ou não das investigações de Dilma.

“Não vai ter orientação para protelar. A questão é enfrentar o processo sem obstrução. A não ser, claro, que haja violação das regras. O governo acha que isso precisa ser enfrentado. E eu também acho que precisa ser enfrentado para que o Brasil siga, independente da decisão soberana da Câmara”, disse ao G1 o líder do PR, deputado Maurício Quintella Lessa (AL).

Segundo ele, Berzoini pediu que a base aliada haja de forma coordenada, refletindo sobre cada “passo”. “Ele pediu que tivéssemos uma estratégia conjunta, que pensássemos em cada passo a ser dado”, afirmou. O ministro da Secretaria de Governo foi escolhido para articular a defesa junto às bancadas no Congresso.

O deputado Orlando Silva (PCdoB-RJ), ex-ministro do governo Dilma, também disse que a ideia é acelerar o processo para pôr fim aos questionamentos a cerca do futuro da presidente. A intenção é trabalhar pela derrubada do processo na comissão especial. "Queremos montar e votar logo, para resolver logo", afirmou.

Rito

O primeiro-secretário da Câmara, deputado Beto Mansur (PRB-SP), vai ler às 14h desta quinta-feira (3) a decisão de abertura do processo de impeachment e de criação da comissão especial que dará parecer pela continuidade ou não das investigações.

O prazo final para a indicação dos membros da comissão é até as 14h de segunda-feira (7). Na noite desse mesmo dia, será realizada uma sessão extraordinária no plenário da Câmara para confirmar a chapa com as indicações dos 65 deputados titulares e 65 suplentes feitas por todos os partidos.

Após a confirmação dos membros, a comissão irá se reunir na terça-feira (8) para eleger, por meio de voto secreto, o presidente e o relator, a quem caberá fazer um parecer.

A partir da criação da comissão especial e da notificação, Dilma terá 10 sessões da Câmara (ordinárias ou extraordinárias) para apresentar sua defesa. Após a apresentação da defesa, a comissão terá cinco sessões para votar parecer favorável ou contrário à instauração do processo de impeachment.

O parecer segue depois para o plenário. A instauração do processo depende dos votos de 342 deputados. Se for aprovada, Dilma precisará se afastar por 180 dias e o processo segue para o Senado, a quem é dada a palavra final sobre o afastamento permanente da presidente.