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Política

Notícia sobre possível aliança com PMDB provoca nova rebelião no PT

Outra dificuldade no PT de Mato Grosso do Sul, embora mais viável, é a eventual união com o PSDB, isso por causa da candidatura do senador Aécio Neves (PSDB/MG) ao Palácio do Planalto.

Willams Araújo

16 de Setembro de 2013 - 15:16

Apesar de aventada há mais de um ano, a notícia sobre uma possível aliança com o PMDB visando às eleições de 2014, provocou nova rebelião em setores do PT de Mato Grosso do Sul. Embora aliados no plano nacional, os dois grupos políticos enfrentam forte resistência em âmbito estadual por causa da rivalidade histórica.

Na Assembleia Legislativa, deputados estaduais que integram a bancada petista  não concordam com a ideia de o senador Delcídio do Amaral (PT) se unir ao partido liderado pelo governador André Puccinelli (PMDB) na campanha eleitoral do ano que vem.

Pré-candidato petista à sucessão estadual, Delcídio, além de costurar acordo com o PMDB, tenta atrair o apoio do PSDB do deputado federal Reinaldo Azambuja.  Integrantes da ala xiita do PT, os deputados Pedro Kemp e Amarildo Cruz preveem certo constrangimento caso o acordo seja selado em Mato Grosso do Sul devido à rivalidade histórica entre ambos.

"Sempre fui contrário a aliança. Tenho dificuldade de ser convencido se uma aliança depois de tanto tempo é profícua aqui no Estado, se vai ser entendida pela população e se vai gerar bons frutos na prática”, colocou em entrevista à imprensa da Capital, referindo-se a costura política que está sendo alinhavada com aval das principais lideranças nacionais do PT e do PMDB.

Ocorre que o próprio Delcídio levou a sua intenção de se aliar aos peemedebistas ao conhecimento da presidente Dilma Rousseff, que inclusive já recebeu garantia de apoio no Estado do governador André Puccinelli.

Ela também tem conversado sobre o assunto com o vice-presidente Michel Temer (PMDB/SP), igualmente interessado na coligação, não apenas em Mato Grosso do Sul, mas em outros estados onde houver interesse no entendimento.

Na visita que fez em maio deste ano a Campo Grande, Dilma e André Puccinelli trocaram gentilezas durante ato de entrega de maquinários a 45 prefeituras do Estado, provocando ciumeiras na ala xiita do PT, contrária a união. 

“O André não faz o governo que sempre defendemos. Há problema na área social, transparência. Ele não ouve a população. Vejo esta possibilidade com muitas reservas”, reagiu Amarildo, em entrevista recente ao site Midiamax.

Apesar de se dizer contrário à ideia, Kemp até admite a união de forças alegando pressão do comando nacional das duas legendas.  “Acho difícil a aliança. No meu caso, por questão de coerência. Somos oposição e temos uma demarcação de posição política bem clara. É difícil, mas também não de todo impossível se houver pressão, até porque PMDB é da base da Dilma (presidente Dilma Rousseff-PT). Acho, particularmente, complicado. Temos que debater muito internamente no partido”, sugeriu.

PSDB

Outra dificuldade no PT de Mato Grosso do Sul, embora mais viável, é a eventual  união com o PSDB, isso por causa da candidatura do senador Aécio Neves (PSDB/MG) ao Palácio do Planalto.

Na sexta-feira, Delcídio revelou ter conversado com o presidenciável tucano sobre sua intenção de concorrer ao governo estadual por meio de uma chapa majoritária da qual faça parte Reinaldo Azambuja como candidato ao Senado. Se depender de Delcídio e Reinaldo a aliança estaria concretizada, uma vez que os dois já marcharam juntos em duas campanhas recentes.

Além de saírem vitoriosos na campanha para prefeito de Campo Grande, ajudando a eleger Alcides Bernal (PP) no segundo turno das eleições, o petista e o tucano derrotaram o prefeito de Costa Rica, Waldeli dos Santos Rosa (PMDB), na disputa pela presidência da Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul), vencida por Douglas Figueiredo (PSDB), prefeito de Anastácio.