Política
Puccinelli e governadores defendem no STF consenso sobre benefícios fiscais
O objetivo é obter um consenso sobre o tema entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
Notícias MS
17 de Setembro de 2013 - 17:00
O governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli, governadores e secretários de Fazenda de estados do Centro-Oeste, Norte e Nordeste solicitaram na tarde de hoje (17) a oito ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que posterguem a edição de súmula vinculante nº 69, que declara inconstitucional a concessão de benefício fiscal pelos estados sem o aval do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz). O objetivo é obter um consenso sobre o tema entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
Na pauta apresentada está o pedido para que os magistrados julguem procedente a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 198, que solicita ao STF que considere desnecessária a unanimidade do Confaz para concessão de benefícios fiscais de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), uma vez que este procedimento fere o Pacto Federativo e o Princípio Democrático, bem como impede a Redução das Desigualdades Regionais, cuja previsão é expressa como objetivo e como princípio da carta Constitucional atual.
Outro pleito é que sejam modulados os efeitos das Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs) pendentes de julgamento no Supremo (ADIs 2594, 3413, 3674, 3794, 4152 que questionam algum tipo de incentivo fiscal ou tributário), de modo a garantir segurança jurídica aos Estados e também ao setor empresarial e que a não concessão de efeitos ex nunc (que significa em latim a partir de agora") aos julgados, faticamente inviabilizará a sobrevivência de todos estes atores.
Também foi solicitado que ao analisar a Proposta da Súmula Vinculante nº 69, o STF aguarde a continuidade das negociações junto ao Congresso Nacional quanto à aprovação de norma que convalide os benefícios e incentivos fiscais de ICMS concedidos, de modo a melhor estabilizar as relações jurídicas, solicitando o acréscimo, caso a súmula seja aprovada, do seguinte texto: sendo que os efeitos da declaração de inconstitucionalidade ficam modulados e incidirão apenas em relação aos incentivos e benefícios fiscais pactuados com empresas após a vigência da presente súmula.
A redação deste documento que seria encaminhado aos oito ministros do Supremo na tarde de hoje foi discutida pouco antes no Senado Federal com governadores e secretários de Fazenda das Regiões Centro-Oeste, Norte, Nordeste e dos estados de Santa Catarina e Espírito Santo por cerca de uma hora.
Após esta reunião, o governador André Puccinelli afirmou: Vamos pedir que o Supremo acompanhe conosco, junto com o Congresso, e junto com os Executivos a proposta e que o Supremo postergue a edição da Súmula Vinculante, ouvindo o Congresso, ouvindo o Executivo, ouvindo o Brasil. Se instituirmos a Súmula Vinculante, acabando com os ditos incentivos fiscais e tributários, haverá uma desindustrialização de no mínimo 22 estados, e ao término, se convalidados os incentivos fiscais, migrariam todas as indústrias para onde não tem de se pagar frete, onde os portos são mais próximos. Aí nós estaríamos relegando o Centro-Oeste, o Nordeste e o Norte e o Espírito Santo e Santa Catarina a estados de segunda categoria.
O governador enfatizou que a proposta é estudar em conjunto - poder Executivo, Judiciário e Legislativo uma proposta sobre a concessão de incentivos fiscais, na qual os estados em que tem maior PIB (Produto Interno Bruto) dariam menores incentivos e os que têm menor PIB dariam maiores incentivos, com a finalidade de industrializar também todos os estados, gerar empregos e distribuir renda.
As reuniões individuais começaram às 12h com a ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha, encontros que se estenderão até às 20h, respectivamente com os ministros Marco Aurélio, Dias Tóffoli, Luiz Fux, Teori Zavascki, Gilmar Mendes, Luiz Roberto Barroso e Ricardo Lewandowski.
Com informações da assessoria do deputado federal Akira Otsubo




