Política
Retrospectiva: Crise político-administrativa marca primeiro ano de Bernal na prefeitura
início dos conflitos foi a nomeação do primeiro escalão que ficou incompleto até o segundo semestre.
Midiamax
30 de Dezembro de 2013 - 16:00
O primeiro ano do prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), foi marcado por crise político-administrativa que atingiu diretamente a Capital. O início dos conflitos foi a nomeação do primeiro escalão que ficou incompleto até o segundo semestre.
Depois disso, começou uma guerra com a Câmara que resultou na primeira moção de pesar da história. O prefeito quase perdeu recursos federais por falta de projetos para o PAC (Programa de Aceleração de Crescimento) e ainda rompeu de vez com seu vice, Gilmar Olarte (PP).
Secretários
No primeiro dia de trabalho, Bernal apresentou apenas os secretários para nove pastas das 14 que a prefeitura tinha na época, sendo alguns deles responsáveis por mais de uma secretaria. As nomeações foram acontecendo durante todo o ano.
Em fevereiro, o prefeito escolheu o ex-desembargador Luis Carlos Santini para comandar a Procuradoria-Geral do Município. No entanto, ele estava impedido por estar em quarentena. Em abril escolheu a secretária interina da Sedesc (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Turismo e Agronegócio) que acabou assumindo definitivamente.
Mas a nomeação mais esperada foi a do secretário de governo, Pedro Chaves, que aconteceu apenas em novembro, atrasando toda tentativa de articulação política.
Guerra com a Câmara
Por ter maioria na oposição, Bernal travou uma dura disputa com a Câmara. Ataques nas redes sociais aos vereadores foram motivos de muitas discussões no Legislativo. Além disso, a falta de diálogo com os vereadores aumentou ainda mais a oposição.
O prefeito iniciou seu mandato com nove vereadores na base, no decorrer do tempo perdeu três, sendo dois do PSDB e um do PT. Um grupo de vereadores tentou formar o G-8, mas antes que vingasse a ideia, o grupo se desfez.
Apesar do embate entre Legislativo e Executivo, todos os projetos do Executivo para benefício da população como empréstimos e remanejamento foram aprovados pelo plenário. Apenas no fim do ano, Bernal conseguiu atrair quatro vereadores para sua base.
Comissão Processante
O prefeito é investigado por uma Comissão Processante que poderá resultar na cassação do seu mandato. Os vereadores apuram as irregularidades em contratos emergenciais firmados pela prefeitura com as empresas Salute fornece alimentos para os Ceinfs (Centros de Educação Infantil) -, Já Gás distribuiu botijões de gás após perder o processo licitatório -, e Mega Serv substituiu a empresa responsável pela limpeza nos postos de saúde.
O relatório foi concluído e aguarda a definição da Justiça para dar prosseguimento à sessão de julgamento do prefeito que estava marcada para o dia 26 de dezembro, mas foi suspensa por decisão judicial.
Moção de Repúdio
O prefeito Alcides Bernal foi o primeiro cidadão a receber uma moção de repúdio da Câmara Municipal, em março. A proposta foi feita pelo vereador Chiquinho Telles (PSD) em represália à postura do prefeito, classificado como deseducado e agressivo com os vereadores.
Vice
No início do mandato, Bernal brigou com seu vice, Gilmar Olarte. Segundo informações, eles teriam chegado às vias de fato e o vice, desde então, não frequentou mais a prefeitura. Ele ocupava a sala da Sedesc.
Perda de recursos
Por falta de projeto, a Prefeitura de Campo Grande correu o risco de perder milhões em investimentos, contando os recursos referentes à contrapartida do Executivo. Além disso, o prefeito não deu andamento em obras já iniciadas na gestão anterior e que poderão ter os repasses suspensos por não cumprirem as etapas.




